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Retirada daqui: http://www.avesdeportugal.info/alcatt.html |
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IN: António Martins Quaresma e José António Falcão, Odemira – Património, Religião, Sociedade e Território, Odemira, 2021
Um dos passeios que mais gosto de dar é ir a Esposende ver desaguar o Cávado. Existe lá um bar apropriado para isso. Um rio é a infância da água. As margens, o leito, tudo a protege. Na foz é que há a aventura do mar largo. Acabou-se qualquer possível árvore genealógica, visível no anel do dedo. Acabou-se mesmo qualquer passado. É o convívio com a distância, com o incomensurável. É o anonimato. E a todo o momento há água que se lança nessa aventura. Adeus margens verdejantes, adeus pontes, adeus peixes conhecidos. Agora é o mar salgado, a aventura sem retorno, nem mesmo na maré cheia. E é em Esposende que eu gosto de assistir, durante horas, a troco de uma imperial, à morte de um rio que envelheceu a romper pedras e plantas, que lutou, que torneou obstáculos. Impossível voltar atrás. Agora é a morte. Ou a vida.
Ruy Belo, Todos os Poemas, Assírio & Alvim, 2009 (3ª Edição)
(Mondim da Beira, Famalicão, Porto.)
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Porto de Portimão |
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Raquel
Roque Gameiro, página d' 'O Livro da Primeira Classe — Ensino Básico Elementar', Ministério da Educação Nacional, 3.ª ed., Lisboa, Livraria Popular Francisco Franco, 1947. |