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domingo, 29 de maio de 2022

Braga Virtual - Fonte do Ídolo



FONTE DO ÍDOLO

Num quintal chamado “O quintal do Ídolo” ou (em pronuncia minhota) do Idro, situado entre as ruas do Raio e de S. Lázaro, perto da Igreja de S. João Marcos e do Convento dos Remédios, na cidade de Braga, Bracara dives, existe um monumento religioso muito notável, que, conquanto, no estado actual, date da época romana, tem as suas origens em tempos anteriores. Este monumento consiste em uma pedra grande em rocha viva com inscrições latinas e esculturas. Na base está uma fonte funda, com seu tanque.

Na parte oriental da cidade de Bracara Augusta, a actual Braga, na proximidade de uma zona de necrópoles, existe um importante santuário, a “Fonte do Ídolo”, erigido na época romana. Em grande parte preservado, este santuário é hoje acessível a partir da Rua do Raio, através de uma escadaria que desce para o nível antigo. O monumento foi esculpido na extremidade de um grande bloco de granito, com aproximadamente três metros de comprimento por metro e meio de altura. Ao pé do bloco, sob um nicho, irrompe uma nascente que corre através de um canal aberto na rocha. Na sua origem, a frágua de granito deveria ser mais alta, porquanto o texto gravado do lado esquerdo e a parte superior da escultura foram mutilados, conservando-se as marcas de talhe que afectaram o monumento.

© José Leite de Vasconcelos. In As Religiões da Lusitânia, Volume II. Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1905.

 


In: https://bragavirtual.pt/fonte-do-idolo/#photos

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

JOSÉ DE PINHO - A ARA DE MARECOS

 



[Por]... (Da Sociedade Antropológica e Etnológica do Porto). Separata. Publicação de elementos para a história de Penafiel. Tipografia Minerva. Penafiel. 1928. De 25x18 cm. Com 30 pags. Brochado. Ilustrado com peças; gravuras; e levantamentos epigráficos em extra texto. Exemplar com dedicatória do autor.

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Achada na Capela de Nossa Senhora do Desterro, em Marecos, Penafiel, Porto.
Encontra-se no Biblioteca-Museu de Penafiel.  Ver ficha epigráfica aqui*   

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Ler também AQUI:
https://nabiae.blogspot.com/2017/05/nabia-ara-de-marecos.html

Ricardo Barceló - A FONTE DO ÍDOLO




Vídeo do Concerto no espaço arqueológico musealizado das Termas Romanas da Cividade.
30 de Maio de 2021.

Intérpretes: Ricardo Barceló (guitarra clássica) e Camerata de Cordas do Departamento de Música da Universidade do Minho, orientada pelo Prof. Miguel Simões.

PROGRAMA
Sinfonia em Fá M - Pedro António Avondano (1714-1782)
• A Fonte do Ídolo para Guitarra e Orquestra de Cordas – R. Barceló (estreia)
Bracari
Nábia – Deusa das águas e da fortuna
Tongoenabiago – Deus do rio do juramento
• Concerto para Orquestra de Cordas em Ré Maior, Op. 17- J. Braga Santos
Largamente maestoso - Allegro
Adagio non troppo

Retirado DAQUI: https://fb.watch/8aYvaDkrV9/

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Terras de Bouro - Moimenta - Chã da Nave

 



«A Chã da Nave é um amplo alvéolo aplanado encravado na vertente meridional do maciço do Piorneiro. É verdadeiramente uma planície entre montanhas, tal como significa o seu nome Nave* ou Navia, que é uma corruptela de nava, de origem pré-indoeuropeia. No topo Nordeste da chã, conservam-se duas mamoas, bem perceptíveis na linha de superfície do solo e distantes uma da outra cerca de 50 metros. Estes monumentos megalíticos a que se atribui uma função funerária, apresentam similitudes formais com inúmeros conjuntos dispersos pelas serras do Noroeste e aos quais se atribui uma cronologia situada entre os IV.º e III.º milénios a.C.. »





*Relacionado com a oronímia e deriva de uma raiz proto-indo-europeia, muito espalhada por todo o norte da Península Ibérica, França, Suíça e Itália, que significa um "lugar plano entre montanhas".

Não se deve confundir com o céltico "navia" - que originou hidrónimos como "Nabão", "Navia"  e "Neiva". Embora possa haver uma relação entre "nava"/"nave" e "navia": as "navas" ou "naves" são lugares húmidos, de junção de águas que descem dos cumes dos montes e, por isso, de nascentes de rios

domingo, 8 de novembro de 2020

Laje do Adufe - Promessa à deusa Nabia








Noutra zona da Cova da Beira, entre o Ferro e Peroviseu, a inscrição da Laje do Adufe, essa, encontra-se no seu local de origem e dá-nos uma pequena achega para a história de outro ex-escravo, de seu nome Mantau. Esta inscrição, gravada algures no século II, encontra-se danificada visto que, algures no tempo, alguém terá pensado que o lugar das palavras era nos livros e, vai daí, acrescentou alguns traços à inscrição dando-lhe o aspecto de um. Infelizmente, parte do texto perdeu-se no processo, mas o que sobra permite perceber que este Mantau, um antigo escravo pertencente a um tal de Morgulino, fez uma promessa à deusa Nábia e que, em cumprimento do seu voto, fez do penedo granítico um altar dedicado a essa divindade.

Vários aspectos saltam à vista, desde logo a monumentalidade e a localização da inscrição. Esta foi feita para ser vista por quem passasse na via romana que ali atravessava a serra e encontra-se virada para a imponência da Serra da Estrela e para o calmo curso do rio Zêzere, o que não será por acaso. Pensa-se hoje que esta Nábia, uma deusa indígena cujo culto se concentrava no Noroeste da Península Ibérica, era uma divindade ligada à água e aos rios, tanto que se supõe que do seu nome terão sido baptizados os rios Neiva e Nabão. (David Caetano)

terça-feira, 11 de junho de 2019

JUAN CARLOS OLIVARES PEDREÑO - EL CULTO A NABIA EN HISPANIA Y LAS DIOSAS POLIFUNCIONALES INDOEUROPEAS




Las inscripciones relativas a Nabia en Hispania muestran algunas particularidades que la diferencian del resto de divinidades femeninas. Es la única diosa constatada en toda laamplia región situada al norte del río Duero y se alude a ella con epítetos que indican unatutela sobre núcleos poblados. Además, sus altares votivos han sido descubiertos en diversos contextos: elevaciones montañosas, fuentes o en el interior de castras. Finalmente, la diosaes citada dos veces, una de ellas sin epítetos y la otra con un apelativo, en una misma dedicación. Todos estos datos apuntan que Nabia tenía un carácter polifuncional, como algunas delas principales diosas del ámbito indo-iranio, romano o céltico insular.







quarta-feira, 1 de maio de 2019

Fonte do Ídolo



https://www.cm-braga.pt/pt/1201/conhecer/historia-e-patrimonio/museus/item/item-1-669


Na antiga capital de Conventus Bracara Augustanus, foi edificado, nos inícios do século I, um santuário rupestre que é hoje conhecido como Fonte do Ídolo, associado ao culto da água. A sua edificação deve-se provavelmente a Celico Fronto, um cidadão romano, que a mandou fazer, para usufruto da comunidade de Bracara Augusta.
A singularidade desta fonte, em granito, conferiu-lhe em 1910 a classificação como Monumento Nacional e mais recentemente, entre 2001 e 2004, foi alvo de importantes obras de musealização, construindo-se uma estrutura que protege o monumento e permite ao público a sua visita em excelentes condições.
O público poderá beneficiar de visitas guiadas, num contexto que concilia a história e a arqueologia, enquadrados numa solução arquitectónica do século XXI.
Estão assegurados, para o bem patrimonial e para o público, as condições climáticas adequadas e os requisitos de acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada.


Horário:
Segunda a Sexta-feira – 9h30/13h00 – 14h00/17h30
Sábado – 11h00/17h30
Encerra aos Domingos e Feriados

Morada: Rua do Raio
Código postal: 4700-922 Braga
Telefone: 253 218 011
Email: fonte.idolo@cm-braga.pt

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Nabia - "Ara de Marecos"




"Ara de Marecos"



Achada na Capela de Nossa Senhora do Desterro, em Marecos, Penafiel, Porto.
Encontra-se no Biblioteca-Museu de Penafiel.  Ver ficha epigráfica aqui*

[...]
«Se a ocupação romana de Santarém se fez sentir entre meados do século II a.c. e o século VI, é natural que o panteão divino se tivesse mesclado de deidades pré-romanas, romanas pagãs e romanas cristãs. Assim se explicaria a semelhança entre cultos pré-cristãos, por exemplo ligados a rios e fontes, e cultos cristãos com capelas, igrejas e mosteiros construídos, na maior parte das vezes, sobre antigos templos, anteriores ao cristianismo.
Nabia ou Navia, deusa aquática adorada na Lusitânia, parece ter sido cultuada a 5 de Abril [?], segundo a inscrição numa ara de Marecos* e surge relacionada com nomes de rios e de localidades próximas de ribeiras e nascentes. São exemplos os rios Nábios, Neiva e mesmo Nabia(13), ou a vila de Nava, na Galiza; Nabais e Nabainhos, na Serra da Estrela; Naves, povoação próxima de Envendos, região de nascentes e barragens; ou o rio Nabão, que deu origem a Nabância, a 2 km do que é hoje Tomar. Em Braga, a milenar Fonte do Ídolo, que secou há bem pouco tempo, tem uma pedra com a inscrição “Tongoe Nabiago” que algumas versões apontam como um juramento a Nabia.»

(13) J. M. Blázquez 1983 294: “El rio Nabia gozó de gran culto, a juzgar por el número de dedicatorias. Nabia es palabra que indica corriente de agua y que aparece con diferentes denominaciones”. 

Lina Maria Soares, "Da Scallabis romana a Sanctaren medieval: espaço, gentes e lendas",
AQUI:  CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESTUDOS CLÁSSICO, 7, Évora 2008 - Espaços e paisagens: antiguidade clássica e heranças contemporâneas: Vol.3 História, Arqueologia e Arte. Coimbra


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[...]
«A inscrição de Marecos (Penafiel, Porto), que alude a um sacrifício consagrado a Nabia Corona, “ninfa” (ou divindade protectora) dos Danigi, e a outras divindades, recorda uma cerimónia realizada em 9 de Abril. Ora, não ficando esta data distante da que hoje consideramos a do equinócio da Primavera, poderemos tomar a inscrição de Marecos como argumento a favor da função que atribuímos a Nabia?
Na ara de Marecos, P. Le Roux e A. Tranoy (1974) leram primeiro: O(ptimae) V(irgini) Co(nservatrici), vel Co(rnigera), et Nim(phae) Danigom Nabiae Coronae. Depois, P. Le Roux (1994: 561) sugeriu O(mnia) v(ota) co(nsagro) et nim(bifero) Danigo m(acto) Nabiae Coronae, traduzindo: “Consagro-vos todas estas oferendas e, por Danigo, que dispensa a chuva, sacrifico a Nabia Corona”.
A primeira restituição, “À excelente virgem conservadora (ou cornuda) e ninfa dos Danigos”, parece-nos preferível.
A inscrição começaria pela invocação da divindade, com seus epítetos. Segue-se a indicação dos animais oferecidos: à própria deusa javascript:void(0); Nabia (agora nomeada sem epítetos), a Júpiter, a uma outra divindade [...]urgo e a Ida (ou Lida). Estando atestado o epíteto Idunica ou Idennica com o sentido de “a que gera ou dá à luz” (OLMSTED, 1994: 157), esta divindade a que se oferece um cordeiro seria, talvez, deusa que se invocaria para favorecer o parto dos animais. Na inscrição, os animais oferecidos parecem preceder os teónimos.
Perséfone é por vezes, na Grécia, designada apenas como Korê, “virgem” ou “rapariga”. Não surpreende, pois, que Nabia leve este nome de “virgem” na ara de Marecos.»

Jorge de Alarcão, "A religião de lusitanos e calaicos"
DAQUI: Conimbriga XLVIII (2009) p. 81-121


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Para outra interpretação da Ara de Marecos (Nabia: divindade de culto agrário)
Artigo sem autor. Ver aqui: http://revistas.ucm.es/index.php/HIEP/article/viewFile/HIEP9696110381A/30467
Revista - Hispania Epigraphica, volume 6 (2000)