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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Augusto Oliveira Mendes



No mar velhaco e atroz da Praia do Norte
a sereia chegou um dia ao areal
e dormiu -, diziam os mais velhos do Sítio

Aqui, lugar de santa e de suicídios
onde não chegam gaivotas nem sardinhas
as águas viraram-se para sapatear
toda a terra o homem

*****


AO MÁRIO BOTAS

Inalado o cheiro das flores do campo
os gatos,
a morte moribunda, afastada
Poderias estar lá, Mário, nu, obrando
Perto um riacho ferido de espinhos, de mato
Os doces cobertos de seios e pimenta
seriam o repasto no feriado da lota
o desleixo perdido dos homens do mar



As gaivotas teriam partido rio acima
levando os pêlos quebrados da tua face

a noite embriagada
Augusto Oliveira Mendes
publicações o camelo e o cachimbo, Tramagal, 1990



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mário Botas


"Águas correntes de regatos imensos, que não estão no corpo mas na alma e desaguam sempre noutro rio até chegarem àquele a quem os Antigos chamavam Letes..."
Mário Botas



Auto-retrato

[Vários autores clássicos apontam o rio Lima, no Minho, como um rio que produzia o esquecimento.]