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domingo, 26 de julho de 2020

Patrícia Alho - Sistema Hidráulico na Arquitectura Cisterciense

Catarina Fernandes Barreira - A presença feminina nas gárgulas medievais









Resumo:


O nosso propósito é analisar algumas gárgulas dos séculos XV e XVI, que representam a mulher, na sua relação com os pecados, em particular com a luxúria. Daqui resulta uma importante vocação didáctica das mesmas, funcionando como exempla, estabelecendo muitos pontos de contacto com um tipo de literatura edificante e moralizadora. As gárgulas cumprem então funções pedagógicas e simbólicas significativas, mantendo uma íntima relação discursiva com o seu público-alvo, motivos mais que suficientes para a sua integração e legitimação em edifícios religiosos.



Proposta de artigo para a Revista “As Faces de Eva” – Universidade Nova de Lisboa
A presença feminina nas gárgulas medievais

Apresentam-se neste breve estudo algumas contribuições no intuito de compreender a importância da representação da mulher nas gárgulas medievais pertencentes a edificações religiosas.As gárgulas têm uma função assaz significativa nos edifícios, pois canalizam e escoam as águas pluviais, afastando-as das paredes e das fundações. Mas para além desta função utilitária, a sua vocação artística e estética não deixa de nos seduzir, até porque os temas escolhidos para nelas figurarem nos ajudam a construir uma ténue imagem da mentalidade medieval e, neste caso, daquilo que se pensava acerca da mulher. Um ponto importante: quer nas gárgulas enquanto obras de escultura realizadas por artistas, quer nas diversas fontes textuais citadas, o ponto de vista é exclusivamente masculino. Nunca é dada a palavra à mulher

[...]


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quarta-feira, 3 de junho de 2020

Rodrigo Banha da Silva - O sítio do Cemitério dos Prazeres (Lisboa): um assentamento romano no espaço rural de Olisipo



RESUMO 

No sítio do actual Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, se descobriu em 1996, e de maneira fortuita, a pré-existência no local de um sítio romano. Apresentam-se agora os escassos dados inéditos relativos ao arqueossítio com o CNS 37436. Relaciona-se, no texto, o sítio de Prazeres com as restantes ocupações do baixo vale da Ribeira da Alcântara, que incluem um eixo viário regional romano importante e a possível existência de um locus sagrado conectado com a deusa Nabia. A panóplia de materiais inclui elementos que cobrem um espectro cronológico entre o séc. II a.C., pelo mais, e o séc. IV-V d.C., pelo menos, e incluem materiais de construção (olaria de construção e mosaico) que atestam a capacidade aquisitiva da comunidade. O local levanta problemáticas pertinentes acerca da antiguidade relativa dos assentamentos rurais dos agri olisiponenses e da forma como esta assume expressão material arqueológica, aspectos essenciais para a construção de uma leitura da dinâmica de ocupação do espaço rural nas etapas iniciais da Época Romana que está, todavia, longe de suficientemente esclarecida


Detalhe da panorâmica de Lisboa de Grabriel Del Barco, c. 1700, com indicação dos sítios romanos conhecidos
 e da ponte Alcântara (Museu Nacional do Azulejo e Cerâmica) 


[...]
... o espaço do Vale de Alcântara era atravessado pela principal via terrestre que comunicava com os espaços ocidentais da Península de Lisboa das áreas de Oeiras, Cascais e sul da Serra de Sintra, densamente povoados ao longo da Época Romana(CARDOSO, 2002). Um dos principais elementos deste itinerário terrestre era, justamente, a ponte de Alcântara, cuja remota origem romana é altamente provável, considerando o próprio topónimo que remete para a sua existência já no período medieval muçulmano. Construída em alvenaria, possuía ainda em 1582, aquando da batalha de Alcântara, 6 arcos, como surge representada em 1662, e os registos de 1727 apontam-lhe 90 metros de comprimento e uma largura de 6,20 metros (SILVA, 1942). Seria depois desmantelada em 1887.

Remontando ao século XIV, a Porta de Santa Catarina da muralha fernandina de Lisboa, genericamente localizável na zona do Chiado lisboeta (Largo das Duas Igrejas), dava acesso ao trajecto desta estrada, então nomeada «caminho da Horta Navia». Este topónimo aparece em documentação manuscrita medieval já desde o séc. XIII (reinados de Afonso II ou III), sob a forma latina «Hortus Navia» (SILVA, 1942: pág. 75), aspecto que já havia chamado a atenção de Leite de Vasconcelos, que supôs a existência na zona da antiga foz da Ribeira de Alcântara de um santuário de origem pré-romana dedicado a Nabia, divindade aquática de cariz profilático (REIS 2017: pág. 256; VASCONCELOS 1988 [1905]: pp. 278-279). 

Na esteira daquele erudito português, Vieira da Silva (SILVA, 1942) e, mais tarde, José d´Encarnação (ENCARNAÇÃO, 1975) e José Cardim Ribeiro (RIBEIRO, 1982-83: pp. 6-8), iriam defender a probabilidade da existência de um espaço sagrado devotado à Deusa Nabia/ Navia nas imediações, possivelmente associado à ocorrência de águas na encosta meridional e ocidental dos Prazeres: ali se encontra ainda hoje o remanescente da «Fonte Santa», local alvo de especial devoção popular documentada desde o séc. XVII, depois transformado num chafariz na centúria de oitocentos. A estrutura hidráulica ainda hoje subsiste, discreta e com lastimável enquadramento, na actual Rua de Possidónio da Silva, artéria degradada que leva o nome de um dos principais arqueólogos portugueses do séc. XIX. 

O sugestivo topónimo de Horta Navia era aplicado a uma vasta parcela de terreno no sopé do pequeno vale encaixado entre a vertente norte das Necessidades e a encosta sul do morro dos Prazeres (este, onde se detectou a ocupação romana), em local hoje sobreposto pelas instalações ferroviárias da gare de Alcântara-Terra.

[...]


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Cira Arqueologia, n.º 6, Novembro, 2018

segunda-feira, 1 de junho de 2020

SEBASTIÃO DA GAMA - AS FONTES




Havia fontes na montanha.
Mas estavam fechadas.
Ignoradas,
beijavam só as veias da montanha.

Ora um dia
não sei que vento passou
que me ensinou
aquelas fontes que havia.

Eu tinha mãos e mocidade ;
só não sabia p'ra quê.
Fez-se nesse momento claridade.

Rasguei o ventre dos montes
e fiz correr as fontes
à vontade.

Então
veio quem tinha sede e quem não tinha.
De todas as aldeias
vieram, cantando as moças
encher as bilhas.
E eu fui também cantando ao som das águas ...

Cantavam as minhas mãos, cantavam as fontes.
Era um canto jucundo,
cheio de Sol.
Mas a meio da nota mais alegre
muita vez uma lágrima nascia.

( Ai quantos, quantos,
minha canção tornava mais conscientes
da sua melancolia
sem remédio !
Ai os que já perderam a coragem
de reclamar a sua conta de água !
Ai a mágoa
que lhes era meu hino !
Ai o insulto desumano
à sua melancolia !)

Era a meio do canto que surgia
seu travo amargo ...

Mas a meu lado, as águas
iam matando a sede de quem vinha ....
19 e 20.10.1946
Sebastião da Gama, Cabo da Boa Esperança, (1947)

terça-feira, 26 de maio de 2020

Fernando Pessoa - A água da chuva desce a ladeira.


A água da chuva desce a ladeira.
        É uma água ansiosa.
Faz lagos e rios pequenos, e cheira
        A terra a ditosa.
Há muito que contar a dor e o pranto
        De o amor os não querer...
Mas eu, que também o não tenho, o que canto
        É uma coisa qualquer.

Bernardo Soares - ...e as algas como molhados cabelos empastando o rosto...



...e as algas como molhados cabelos empastando o rosto morto das águas.
Um som suave de rio largo, uma indecisa frescura aquática, uma saudade audível, oculta, um amarelo morto de movimento.
Leves, leves as sombras calmas.
A noite era cheia daquelas pequenas nuvens muito brancas, que se destacam umas das outras. Vista através de uma ou outra delas, a Lua tinha em seu torno um halo azul, castanho e amarelo, com uns tons supostos de verde-vivo. Entre as árvores o céu era dum azul-negro profundíssimo, longínquo, irrevogável. As estrelas viam-se ora através das nuvens, ora, muito longe, mas entre elas. Uma saudade de coisas idas, de grandes passados da alma, talvez porque em reencarnações antigas, olhos nossos, no corpo físico, houvesse visto, este luar sobre florestas longínquas, quando selvática ainda, a alma infanta talvez pressentia, por uma memória em Deus ao contrário, no futuro das suas reencarnações, esta lua retrospectiva. E assim essas duas luas davam mãos de sombra por sobre a minha cabeça abatida.

domingo, 27 de outubro de 2019

sábado, 26 de outubro de 2019

António Maria Lopes - A Poesia das águas





António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



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terça-feira, 22 de outubro de 2019

adágio popular - água






“Quem não poupa água nem lenha não poupa nada que tenha” 


(Adágio Popular)

Cristina dos Reis Prata - ARQUITECTURA DA ÁGUA: FONTES, CHAFARIZES E TANQUES DO CONCELHO DE PALMELA





Texto de Cristina dos Reis Prata (Técnica Superior do Museu Municipal de Palmela), ARQUITECTURA DA ÁGUA: FONTES, CHAFARIZES E TANQUES PARA O INVENTÁRIO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO EDIFICADO DO CONCELHO DE PALMELA, Separata do boletim do Museu Municipal de Palmela nº 8,  maio/outubro de 2007, pp. 12



Sumário

1. A Água
2. A Arquitectura da Água
3. Inventário
Fontes e Bibliografia


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