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quinta-feira, 1 de março de 2018

Arte xávega na Costa da Caparica a Património ImateriaL






A Arte-Xávega é uma técnica de pesca tradicional que consiste na utilização de uma rede de cerco envolvente que é lançada no mar e depois puxada para terra.

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A pesca com a Arte-Xávega na Costa da Caparica é uma prática de pesca local tradicional, cujos principais elementos móveis são as embarcações e as redes ou artes. A chata corresponde a um tipo de embarcação adaptado às condições do mar da região. As chatas são construídas segundo as indicações do proprietário, em estaleiros fora do concelho de Almada. As chatas atualmente utilizadas na pesca com Arte-Xávega na Costa da Caparica são construídas em madeira ou fibra com medidas aproximadas de seis metros e vinte de comprimento, dois metros e quarenta de boca e noventa centímetros de pontal (medidas da Chata S. José com a matricula TR-151513-L). O fundo da embarcação, sem quilha, é plano para facilitar o deslizamento na areia (de onde deriva a designação chata) a proa é larga e elevada, para vencer a rebentação, com painel de popa onde está é colocado o motor fora de bordo basculante. A chata divide-se em Proa (onde vão os remadores), Sé do Meio (compartimento onde se colocam as cordas e a rede) e Popa, onde segue o arrais, o calador e o camarada que larga o saco. Na cara do barco em ambos os lados do casco junto à proa, a grande maioria dos barcos de pesca artesanal da Costa da Caparica tanto os utilizados da Arte-Xávega como em outras artes de pesca, encontram-se pintadas imagens de cariz simbólico sendo o olho o mais representativo, contudo também se encontram outros símbolos tais como estrela, rosa-dos-ventos, cruz, peixe estilizado, emblema desportivo. Conforme refere Octávio Lixa Filgueiras estas representações de cariz mágico religioso estarão associadas à proteção e / ou sacralização do barco (FILGUEIRAS, 1978). Sendo mais comum a explicação da utilização do “olho” como proteção contra o “mau-olhado” a dimensão sagrada encontra-se igualmente patente nos nomes de alguns barcos como S. José, Deus te Guie ou Há-de ser o que Deus Quiser. Ainda relativamente à pintura do olho encontram-se várias interpretações junto dos pescadores: a tradição ou até «para ver o peixe». Destaca-se contudo que entre as várias representações estilizadas do “olho” pintado na cara do barco uma das mais características da Costa da Caparica apresenta-se como uma fusão de olho e peixe que na linha superior apresenta doze pestanas que segundo alguns pescadores significam os doze apóstolos, alusão que apresenta um paralelismo acentuado com a imagem votiva existente na Igreja da Costa da Caparica representando um barco meia-lua tripulado pelos doze apóstolo.






«Um grande, pormenorizado e expressivo olho decorava, igualmente, a cara branca, não delimitada, deste belo saveiro, na Costa da Caparica, por volta de 1965.»

DAQUI  [Ver, também, aqui algumas considerações sobre a representação decorativa do olho nas embarcações de pesca]

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