domingo, 30 de agosto de 2020

 



Postais da colecção “Portugal em Silhuetas”, edição António Vieira, Lisboa.

AFURADA




Fotografia — Emílio Biel, 'Afurada', 1885
fotografia — Emílio Biel, 'Afurada', 1885
http://portoarc.blogspot.com/2016/09/artes-e-oficios-xiv.html
RAUL BRANDÃO


A Afurada fica da outra banda do Douro, casas apinhadas em duas ou três ruas cheirando mal. Tripas de peixe pelo chão e uma vida que formiga nas tabernas, nos buracos e nas crianças que se enrodilham nas pernas de quem passa. O tipo é o de Ílhavo, de Ovar ou da Murtosa, não sei bem, que fundou uma colónia neste recanto do Douro. O homem percorre incessantemente o rio ou o mar rapando‑o, até ao fundo, do mexoalho com que se adubam as terras, da solha nas areias, da faneca ou da sardinha na boca da barra, e do sável quando ele vem à desova. As mulheres, altas, airosas e trigueiras, trabalham como mouras. Tenho‑as visto lançar as redes e remar naqueles lindos barcos feitos com duas cascas de tábua, bateiras ou saveiras, com que os homens atravessam a terrível barra do Douro, morrendo muitas vezes, volteados pelas ondas, quando regressam com a borda metida na água. Mulheres que têm filhos às ninhadas e que nem por isso deixam de correr as ruas da cidade, com a canastra à cabeça e o pé descalço, o pregão na boca, e o mais novo ao colo ou deitado no fundo do cesto com um resto das sardinhas à mistura. Andam léguas, são infatigáveis e já as vi lançar sozinhas as redes do sável, puxá‑las para a terra e dividir o quinhão.

Raul Brandão, «Mulheres», Os Pescadores' Paris-Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand, 1923; edição de Vítor Viçoso e Luis Manuel Gaspar, prefácio de Vítor Viçoso, Lisboa, Relógio D'Água, Setembro de 2014.




Helder Mendes, 'Segredos do Mar — Os Pescadores da Afurada', 11 de Maio de 1969.


RETIRADO do Facebook de Luis Manuel Gaspar


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ÁGUAS DE VIDAGO







DAQUI - MADE IN PORTUGAL: Salus Vidago - Nostalgia XXVIII: As garrafas de água mineral, Salus e Campilho são extraídos em Vidago. A vila, foi em tempos um dos balneários termais, mais visitados em ...





Água Campilho








Água Campilho desde 1893

A Fonte Campilho brota na Quinta do Revolar em Vidago, descoberta em 1892 por Augusto César de Moraes Campilho que ao tempo era dono da Quinta do Revolar, pelo que o seu nome serviu para dar nome à referida Fonte.

Em 1897, com a exploração já na posse de Cândido Sotto-Maior, foi edificada uma Fonte de esmerada construção que servia para fins terapêuticos e também de engarrafamento. Chegou aos tempos de hoje passando por várias mãos, entre os quais José Francisco Correia Matoso, Empresa das Águas de Pizões Moura SA, Nestlé Waters, SA Águas do Fastio, SA, os quais venderam recentemente a concessão à Campilho Vidago.SA.