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terça-feira, 12 de setembro de 2017







Luis Manuel Gaspar, «O sonho da água dorme no pimenteiro» (Herberto Helder)
n.º 2, tinta-da-china e acrílico sobre papel, 210 x 148 mm, 2017

Do: herbário de bolso, de Luis Manuel Gaspar
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Sobre a relação dos desenhos com a poesia em Luís Manuel Gaspar, diz-nos Rosa Maria Martelo: «Muitos dos desenhos de Luis Manuel Gaspar subentendem as palavras da poesia. Não apenas porque a surpresa que provocam pode resultar de articulações metafóricas, de um tropo que liga dois reinos para produzir um terceiro, mas também porque, em muitos casos, os desenhos se destinaram a acompanhar poemas, ou partiram de textos; e ainda porque, nas pranchas dedicadas a vários poetas, encontramos as imagens que Luis Manuel Gaspar quis que víssemos nos versos reproduzidos, ou a par deles. É um mundo onde as imagens da poesia e as imagens visuais se interpelam mutuamente. Livremente. Um mundo para ver, ler e imaginar. Fluido, delicado, irónico e inquieto. E cheio de gravidade.»

Daqui:

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

[um anjo]


Uma criança disse: «Um anjo é uma gaivota.»
«Um anjo é um homem como os outros: o que é, tem asas.»
E outras: «Um anjo é um pássaro cantador.»
«Um anjo é uma andorinha. Tem uma coroa.»
«Um anjo é um homem que tem o sol pendurado atrás da cabeça.»
E uma outra sonhou que tinha engolido o sol.

Herberto Helder, «As Maneiras»/VI (fragmento), Retrato em Movimento, Lisboa, Ulisseia, 1967


[obrigada, Luis Manuel Gaspar]