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segunda-feira, 8 de maio de 2017





[Álvaro] Laborinho, 'Um dóri no mar', Nazaré, XX d.C.


«Retrata, no meio do alto mar, um dóri equipado com vários aprestos, entre eles, linhas e foquim. A meio do dóri, sentado no banco da embarcação, o pescador Armando Bizarro Valverde, com boné e roupa de oleado, segura em dois remos, na posição própria de remar, mas olhando para o observador. No verso da reprodução fotográfica, um carimbo, pouco legível, " Fotografia Laborinho/Nazaré/S. Martinho do Porto".»

O pescador representado na fotografia é Armando Bizarro Valverde, que viveu na Rua dos Pescadores, 22, na Nazaré. Ofereceu ao Museu, além desta fotografia, um par de botas para a pesca do bacalhau, que ele próprio utilizou (inv. 658 Etn.), duas pedras de amolar (inv. 662 e 663 Etn.), uma faca de escalar (inv. 659 Etn.), uma espicha (inv. 660 Etn.), uma bóia (inv. 661 Etn.), uma "Medalha comemorativa do esforço dos tripulantes dos navios mercantes durante a guerra de 1939-1945. Reconhecimento da Nação", de 1958 (inv. 35 Med.) e ainda outra fotografia (cf. recibos n.ºs 195 e 196).

DAQUI


 

terça-feira, 10 de maio de 2016

José Manuel Nilo - As velhas Raposas




["chora"]


 [...]
«Esfomeado, nem sequer me lembro de responder à ironia do capitão. Com a concha de alumínio picada pelo tempo encho a malga de esmalte. De início, o aspecto das partes gelatinosas repugna-me um pouco, mas em breve devoro com verdadeiro prazer. Na minha idade, com a boa constituição física e nas circunstâncias do momento, tudo que seja fresco e consistente me sabe bem. Lembro-me da profecia do capitão - hesito em repetir. Mas a necessidade de encher o estômago e o delicioso sabor da "chora"* impélem-me a atascar de novo a malga. E exclamo entre duas colheradas:
- Isto é formidável! Tinham-me dito que era bom... mas não julgava que fosse assim tanto...
O capitão casquinha uma gargalhada:
- Paro o ano estará de volta! Mas deve fazer mais por isso...
Fito o velho, e sùbitamente - num brusco enfraquecimento das minhas íntimas intenções -, perdôo-lhe todas as anteriores ofensas.» [...]

José Manuel Nilo,  As Velhas Raposas (finalizado em 1974 - não editado)



*«A "chora" teve origem a bordo dos veleiros da frota bacalhoeira, mais não sendo do que uma sopa que era servida aos pescadores após a dureza do trabalho heróico de pescar, escalar e salgar o bacalhau apanhado diariamente. Dada a compreensível escassez de vegetais e outros alimentos frescos, a Chora era feita quase sempre apenas com arroz ou massa e caras de bacalhau. Também se fazia com os ossos do bacalhau.»

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

bacalhau







ver AQUI documentário sobre a pesca do bacalhau:

The White Ships - Santa Maria Manuela, 1966

domingo, 9 de outubro de 2011

cozido de grão e abóbora (Portimão)


Ingredientes:
Para 6 pessoas

7,5 dl de grão ;
250 g de toucinho ;
500 g de carne de carneiro ou de vaca ;
1 chouriço de carne (linguiça) ;
500 g de feijão verde ;
1 talhado grande de frade (abóbora moganga) ou de abóbora de casca de pau ;
600 g de batata redonda (batata comum) ;
sal ;
arroz ;
hortelã

Confecção:
Tem-se o grão bem demolhado de véspera e esfrega-se com sal numa cortiça para lhe retirar a pele. Introduzem-se os grãos assim arranjados em água fria, juntamente com o toucinho, a carne e o chouriço. Deixa-se cozer.
Estando tudo cozido, introduz-se na panela o feijão verde inteiro e atado aos molhos, o frade aos cubos e a batata descascada.
Quando o cozido estiver pronto, retira-se o caldo para a sopa e para o arroz solto, que deverá acompanhar o cozido.
A sopa obtém-se juntando ao caldo massinha miúda e uns raminhos de hortelã postos já no prato.

A carne de carneiro deve ser temperada com sal, de véspera.
A abóbora de casca de pau é uma variedade local. Não se descasca, indo para a mesa cortada em bocados com 10 a 12 centímetros.
Há quem demolhe o grão com uma barbatana de bacalhau salgado. Nesse caso já não se esfrega com sal. Há também quem prefira introduzir o grão em água a ferver para o cozer.