sábado, 2 de junho de 2018
segunda-feira, 21 de maio de 2018
ANTÓNIO DE SOUSA - ACORDES
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Fotografia de Maria João Brito de Sousa |
Rio de risos brandos, a cantar.
Oh rio doutras sedes! Rio — claro
e fugidio espelho desta hora em que me paro!
Onde é o teu mar?
Para quem tua voz e os teus cabelos
de algas, com diademas de seixinhos?
Tua pele friorenta e os teus caminhos
de sonho e névoa, aos siderais castelos?
Para quem teu mistério: esse desejo
vagabundo, que flui entre estrelas e lodos?
Onde o abraço que abrace os teus abraços todos?
E onde aquela onda em que afoguei um beijo?
António de Sousa, 'Ilha Deserta', Coimbra, Edições Presença, 1937; 2.ª ed., com desenhos de Manuel Ribeiro de Pavia, Lisboa, Editorial Inquérito, 1954.
Do blog https://antoniodesousa.blogs.sapo.pt/
Via Luis Manuel Gaspar
quarta-feira, 9 de maio de 2018
SOBRE UMA FOTOGRAFIA DE CAMILO PESSANHA - Paulo de Tarso Cabrini Jr.
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Camilo Pessanha, "Praia do Leitão” ou da "Chácara do Leitão” ,Macau, 1921 |
Nessa fotografia, vemos o poeta,em “farrapos”, acompanhado de seus dois cães – um deles, o “Arminho” (...) O retrato está datado de 1921 e é dedicado ao amigo César de Almeida."
Artigo Aqui: http://
David Mourão-Ferreira
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Fotografia de Pepe DinizLisboa — Luzes e Sombras, Metropolitano de Lisboa, 1992. |
Parece às vezes que o Tejo
é Tejo sob outro Tejo
como às vezes o desejo
sob o desejo é desejo
Que uma só ponte é a mesma
tanto por cima do Tejo
como por baixo do Tejo
pedras e corpos os mesmos
tão sob e sobre o desejo
como sem desejo mesmo
Mas se isto acontece às vezes
a grande culpa é do Tejo
© Pepe Diniz (fotografias) / David Mourão-Ferreira (poesias), 'Lisboa — Luzes e Sombras', Metropolitano de Lisboa, 1992.
Do facebook de Luis Manuel Gaspar
terça-feira, 8 de maio de 2018
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Afonso Lopes Vieira - O Sapo Leituras para a 3ª Classe, Ensino Primário Elementar, anos 30 |
Retirado Daqui:
sexta-feira, 4 de maio de 2018
José de Almada Negreiros - Varina
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José Almada Negreiros, 'Varina', 1946 |
Lá na Ribeira Nova
onde nasce Lisboa inteira
na manhã de cada dia
há uma varina
e se não fosse ela
ai não sei
não sei que seria de mim!
Por ela
fiz dois versos a todas as varinas:
E vós varinas que sabeis a sal
e trazeis o mar no vosso avental!
Acho parecidos estes versos
com as varinas de Portugal.
Uma vez falei-lhe
para ouvi-la
e vê-la
ao pé.
A voz saborosa
os olhos de variar
castanhos de variar
castanhos-escuros de variar
com reflexos de variar
desde a rosa
até ao verde
desde o verde
até ao mar.
Num reflexo reflecti:
não dar aquele destino
ao meu destino aqui.
Lisboa, 1926
In: José Almeida Negreiros, Poemas, Assírio & Alvim, Lisboa
Imagem daqui
para ouvi-la
e vê-la
ao pé.
A voz saborosa
os olhos de variar
castanhos de variar
castanhos-escuros de variar
com reflexos de variar
desde a rosa
até ao verde
desde o verde
até ao mar.
Num reflexo reflecti:
não dar aquele destino
ao meu destino aqui.
Lisboa, 1926
In: José Almeida Negreiros, Poemas, Assírio & Alvim, Lisboa
Imagem daqui
quarta-feira, 2 de maio de 2018
Berlengas - Forte de São João Baptista
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José Pardal
José Leite Vasconcelos - Nota À Cerca das Fontes
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José Leite Vasconcelos, Nota Á Cêrca das Fontes, 1896 |
[«nesta fonte se renovará a tua mocidade, como a da águia»]
DAQUI:
José Leite Vasconcelos, Nota Á Cêrca das Fontes, 1896[]Extraído do Archeologo Português, II, nº 10 e 11, Out. e Nov. de 1896]
Álvaro Laborinho - Barcos sobre o paredão
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Álvaro Laborinho, Barcos no paredão, 1933 Museu Dr. Joaquim Manso |
Fotografia a p/b de uma rua da frente do mar da Nazaré, rua Mouzinho de Albuquerque. No lado esquerdo, na praça Manuel Arriaga, estão duas barcas e um pescador e, à direita, sobre o paredão, barcos de arte xávega, em fila, mais pescadores e rapazes de camisola e barrete. Vê-se ainda um quiosque, parte do casario, e o edifício dos Banhos Quentes.
Ficha de Inventário Aqui
domingo, 29 de abril de 2018
Artur Pastor - 6 Poços
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Artur Pastor, Poço , Alentejo daqui |
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Artur Pastor, Serie Portugal-rural, Algarve (Montenegro), anos 40 daqui |
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Artur Pastor, "Serie Portugal Rural , Algarve, Montenegro anos 50/60 daqui |
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Artur Pastor, Pátio com poço, Évora Fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico |
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Artur Pastor, Malhando o milho na eira (poço), Paços de Ferreira Fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico |
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Artur Pastor, Poço com picota, Paços de Ferreira Fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico |
Fotografias retiradas:
http://arturpastor.tumblr.com/
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/pt/
Lenda da Praia da Rocha
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In:Nova, Maria Manuela Neves Casinha, 1960-, As lendas do sobrenatural da região do Algarve, 2013 |
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In:Nova, Maria Manuela Neves Casinha, 1960-, As lendas do sobrenatural da região do Algarve, 2013 |
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In:Nova, Maria Manuela Neves Casinha, 1960-, As lendas do sobrenatural da região do Algarve, 2013 |
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In:Nova, Maria Manuela Neves Casinha, 1960-, As lendas do sobrenatural da região do Algarve, 2013 |
Nova, Maria Manuela Neves Casinha, 1960-, As lendas do sobrenatural da região do Algarve, Tese de doutoramento, Estudos de Literatura e de Cultura (Literatura Oral e Tradicional), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2013
Retirada do Volume 2 da Tese que se encontra AQUI
Adriano de Sousa Lopes
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Adriano de Sousa Lopes |
Finda
a Feira de Antiguidades de Lisboa, ficou-me na memória este desenho
fabuloso de Sousa Lopes. Que maravilha. De imediato fui transportado
para um certo cantar de Pedro Homem de Mello:
Últimas Vontades
Na branca praia, hoje deserta e fria,
De que se gosta mais do que de gente,
Na branca praia, onde te vi um dia
Para sonhar, já tarde, eternamente,
Achei (ia jurá-lo!) à nossa espera,
Intacto o rasto dos antigos passos,
Aquela praia, inamovível, era
Espelho de pés leves, depois lassos!
E doravante, imploro, em testamento,
Que, nesta areia, a espuma seja a tiara
Do meu cadáver, preso ao teu e ao vento...
— Vaivém sexual, que o mar lega aos defuntos? —
Se em vida, agora, tudo nos separa
Ó meu amor, apodreçamos juntos!
Pedro Homem de Mello, in "Ecce Homo"
Quadro e foto de Galerie Philippe Mendes
Últimas Vontades
Na branca praia, hoje deserta e fria,
De que se gosta mais do que de gente,
Na branca praia, onde te vi um dia
Para sonhar, já tarde, eternamente,
Achei (ia jurá-lo!) à nossa espera,
Intacto o rasto dos antigos passos,
Aquela praia, inamovível, era
Espelho de pés leves, depois lassos!
E doravante, imploro, em testamento,
Que, nesta areia, a espuma seja a tiara
Do meu cadáver, preso ao teu e ao vento...
— Vaivém sexual, que o mar lega aos defuntos? —
Se em vida, agora, tudo nos separa
Ó meu amor, apodreçamos juntos!
Pedro Homem de Mello, in "Ecce Homo"
Quadro e foto de Galerie Philippe Mendes
sábado, 28 de abril de 2018
Praia da Rocha (Algarve, Portugal): um paradigma da antropização do litoral - Joana Gaspar de Freitas
RESUMO
A Praia da Rocha tem pouco mais de um século de existência no que toca à sua ocupação com vista à utilização dos banhos marítimos. Durante este tempo, a localidade transformou-se radicalmente passando de um pequeno povoado à beira-mar com meia dúzia de casas a um grande centro urbano que, durante o verão, atrai milhares de turistas. Este crescimento urbano desmedido, registado sobretudo nas últimas décadas do século XX, mostra-se muito semelhante ao que ocorreu na maioria dos núcleos costeiros do Algarve Central. O caso da Praia da Rocha, porém, revela-se paradigmático, uma vez que no arranque da expansão turística, no princípio dos anos 70, se procedeu à alimentação artificial da praia, com vista ao alargamento do areal para aumentar a sua capacidade de utilização balnear e para evitar que as vagas atingindo as falésias pusessem em risco as construções edificadas ali na última década. O sucesso das operações de enchimento (1970, 1983 e 1996) fazem da Praia da Rocha um caso único no país e um magnífico exemplo de antropicosta. O êxito alcançado na ampliação do areal na Rocha teve, contudo, um lado perverso no que toca à ocupação humana daquele litoral: possibilitou a expansão do turismo de massas, ao criar uma praia com maior capacidade de carga e ao permitir – graças à subtracção da arriba aos processos marinhos - um crescimento da volumetria das construções, dando origem, a partir dos anos 80, ao aparecimento de uma frente contínua de edificações de grandes dimensões adjacentes à costa. Neste trabalho traça-se o perfil histórico desta praia, acompanhando a sua evolução urbana com base na comparação de material iconográfico, fotografias aéreas e cartas, tentando perceber de que forma as actividades antrópicas ali desenvolvidas (essencialmente balneares) determinaram a sua configuração actual. Pretende-se ainda mostrar como a nível da gestão costeira é essencial compreender a evolução diacrónica das zonas costeiras para se ter uma correcta percepção de risco, já que algumas praias aparentemente estabilizadas podem oferecer uma falsa sensação de segurança. Grande parte das populações que ocupam hoje o litoral não possuem – pelo seu desenraizamento face àquele espaço – a noção da sua instabilidade. Mas, os técnicos e autoridades com responsabilidade na gestão da orla litoral não podem ignorar a história e memória da erosão costeira, sob pena de num futuro recente enfrentarem graves problemas em consequência do seu alheamento face à intensificação da ocupação humana de zonas de risco e da não aplicação de medidas de adaptação.
Joana, Gaspar de Freitas "Praia da Rocha (Algarve, Portugal): um paradigma da antropização do litoral", Revista da Gestão Costeira Integrada 12 (1), 2012, pp. 31-42Do facebook de Filipe da Palma
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