Água corrente,
Frescura a fugir —
A uma alma doente,
Tornas inconsciente,
Frescura a fugir —
A uma alma doente,
Tornas inconsciente,
Fazê-la sorrir.
Eu te vejo e ouço
Cantando correr,
E um momento posso
Esquecer o esforço
E o esforço de o ter.
E em minha alma vaga
Frescura também
Me envolve, me alaga,
E, se me embriaga,
É num fresco bem.
Por isso, no olvido
Excepto da água estou
E de um só sentido,
Da vista e do ouvido
Que me furta a quem sou.
Murmúrio da fonte,
Canto da água vão —
Coração insonte
Não tem horizonte...
Dorme, coração!
8 .07.1920
In Poesia 1918-1930 , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
Eu te vejo e ouço
Cantando correr,
E um momento posso
Esquecer o esforço
E o esforço de o ter.
E em minha alma vaga
Frescura também
Me envolve, me alaga,
E, se me embriaga,
É num fresco bem.
Por isso, no olvido
Excepto da água estou
E de um só sentido,
Da vista e do ouvido
Que me furta a quem sou.
Murmúrio da fonte,
Canto da água vão —
Coração insonte
Não tem horizonte...
Dorme, coração!
8 .07.1920
In Poesia 1918-1930 , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
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