quinta-feira, 2 de maio de 2019

FERNANDO ECHEVARRIA







É a noite dos rios. Arrefece
ter a longa pupila sombreada.
E as mãos velhas de ter sido verde
ver-se passar a noite pela água.

É a noite dos rios. Porque desce
o fundo duma torre. E a nossa casa,
de repente uma sombra, é só corrente
e arcos por que passa.

Uma cidade que houve antigamente
na retina que ainda sente as casas
parar à beira de sentir-se verde

e funda, e leve. E logo sombreada
rompe manhã na palidez de ver-se
desembocar ao centro duma praça.

Fernando Echevarría, 'Sobre as Horas', Lisboa, Livraria Morais Editora, 1963.

Retirado do facebook de Luis Manuel Gaspar, Aqui

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Fonte do Ídolo



https://www.cm-braga.pt/pt/1201/conhecer/historia-e-patrimonio/museus/item/item-1-669


Na antiga capital de Conventus Bracara Augustanus, foi edificado, nos inícios do século I, um santuário rupestre que é hoje conhecido como Fonte do Ídolo, associado ao culto da água. A sua edificação deve-se provavelmente a Celico Fronto, um cidadão romano, que a mandou fazer, para usufruto da comunidade de Bracara Augusta.
A singularidade desta fonte, em granito, conferiu-lhe em 1910 a classificação como Monumento Nacional e mais recentemente, entre 2001 e 2004, foi alvo de importantes obras de musealização, construindo-se uma estrutura que protege o monumento e permite ao público a sua visita em excelentes condições.
O público poderá beneficiar de visitas guiadas, num contexto que concilia a história e a arqueologia, enquadrados numa solução arquitectónica do século XXI.
Estão assegurados, para o bem patrimonial e para o público, as condições climáticas adequadas e os requisitos de acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada.


Horário:
Segunda a Sexta-feira – 9h30/13h00 – 14h00/17h30
Sábado – 11h00/17h30
Encerra aos Domingos e Feriados

Morada: Rua do Raio
Código postal: 4700-922 Braga
Telefone: 253 218 011
Email: fonte.idolo@cm-braga.pt

domingo, 21 de abril de 2019

terça-feira, 2 de abril de 2019

João Palhares - Lavadeira Saloia











PALHARES, João, ca 1810? - ca 1890?
Lavadeira saloia / Palhares lith.. - [S.l. : s.n., ca 1850] ([Lisboa : : Litografia da Rua Nova dos Mártires])

DAQUI

Mário Henrique-Leiria - A Invenção da Água






Texto de Mário Henrique-Leiria, dito por Mário Viegas no programa "Palavras Vivas"



Fernando Pessoa - A lavadeira no tanque



A lavadeira no tanque
Bate roupa em pedra bem.
Canta porque canta e é triste
Porque canta porque existe;
Por isso é alegre também.
Ora se eu alguma vez
Pudesse fazer nos versos
O que a essa roupa ela fez,
Eu perderia talvez
Os meus destinos diversos.
Há uma grande unidade
Em, sem pensar nem razão,
E até cantando a metade,
Bater roupa em realidade...
Quem me lava o coração?
15-9-1933


Novas Poesias Inéditas. Fernando Pessoa. (Direcção, recolha e notas de Maria do Rosário Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno.) Lisboa: Ática, 1973 (4ª ed. 1993).
  - 83.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

LUÍS DE CAMÕES - Correm turvas as águas deste rio...




Correm turvas as águas deste rio
Que as do Céu e as do monte as enturbaram;
Os campos florescidos se secaram;
Intratável se fez o vale, e frio.

Passou o V' rão, passou o ardente Estio;
Üas cousas por outras se trocaram;
Os fementidos Fados já deixaram
Do mundo o regimento ou desvario.

Tem o tempo sua ordem já sabida;
O mundo não; mas anda tão confuso,
Que parece que dele Deus se esquece.

Casos, opiniões, natura e uso
Fazem que nos pareça desta vida
Que não há nela mais que o que parece.

sexta-feira, 15 de março de 2019

sexta-feira, 1 de março de 2019

Lavadeiras

Nossa Senhora do Cabo Espichel



Loures, 8 de Outubro de 2016

Vareira

Chafariz da Buraca





Eduardo Portugal, Chafariz da Buraca,  1939
fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico


Descrição
Chafariz de cantaria de calcário lioz, de planta rectangular simples, composto por embasamento, onde assenta o espaldar simples, rectilíneo, encurvado e mais largo na base, flanqueado por pilastras toscanas, que sustentam friso e cornija contracurvada, de inspiração borromínica. Possui moldura recortada e curva na base, encimada por cartela convexa, com recorte inferior e superior, onde se adapta ao perfil da moldura relevada com acanto que envolve brasão, com as armas de D. José, encimada por coroa e ladeado por paquife e elementos concheados e volutados. Ao centro do embasamento, surge uma bica simples de cantaria, que verte para pequeno tanque rectangular, pouco profundo e com orifício de escoamento, tendo em frente um outro tanque maior, igualmente de planta rectangular, de profundidade mínima e bordo boleado, formando espelho de água. O acesso aos tanques é feito através de degrau de cantaria existente do lado esquerdo, entre o espaldar e o tanque maior. A caixa de água desenvolve-se posteriormente, adossada a muro de cantaria.

Acessos
Rua da Buraca; Estrada da Buraca

Enquadramento
Urbano, adossado ao troço do Aqueduto das Águas Livres, compreendido entre as freguesias de São Brás e da Buraca (v. PT031105030003), possuindo entre eles grade metálica, e cujo aqueduto se encontra adossado ao muro da Quinta do Bom Pastor, da Buraca (v. PT031106080359). Implanta-se no antigo lugar de Calhariz, numa zona de terreno com declive pronunciado relativamente à Rua da Buraca, formando uma pequena plataforma rebaixada, circundada por duas vias de intenso tráfego automóvel, pavimentada a blocos de cantaria; esta é delimitada, lateralmente, pelo passeio, pavimentado a calçada à portuguesa, que acompanha o traçado da estrada, e pelo aqueduto, aqui rasgado por dois arcos, um de volta perfeita e outro abatido, que acedem à Estrada da Buraca, em direcção ao Calhariz, em Benfica. Posteriormente, é delimitado por muro, de dois registos, o inferior em alvenaria e, o superior em cantaria, de aparelho regular, prolongando-se o primeiro para o lado esquerdo, o qual é antecedido por pequeno jardim valorizando a imponente casa de águas que se adossa ao aqueduto. Junto ao tanque maior encontra-se um mourão fragmentado que provavelmente delimitava a plataforma.

Cronologia
1771, 23 Dezembro - na sequência da aprovação do Marquês de Pombal, a Junta das Águas Livres autoriza a execução do chafariz segundo o projecto do Arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos, então 2º arquitecto da Junta; 1772, Outubro - aprovação do risco; conclusão da obra; 1834 - despacho da Direcção das Águas Livres concedendo os sobejos da água do chafariz à Quinta da Buraca ou do Bom Pastor.

ARQUITECTO: Reinaldo Manuel dos Santos (1771).

Autor e Data
Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Marta Ferreira 2007

IN: SIPA - http://www.monumentos.gov.pt/site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5088



Eduardo Portugal, Chafariz da Buraca e  troço do Aqueduto das Águas Livres 1939
fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

MEMORIA SOBRE CHAFARIZES, BICAS, FONTES E POÇOS PÚBLICOS DE LISBOA, BELEM...






VELOSO D'ANDRADE (José Sérgio).— MEMORIA SOBRE CHAFARIZES, BICAS, FONTES E POÇOS PÚBLICOS DE LISBOA, BELEM, E MUITOS LOGARES DO TERMO. Offerecida á Ex.mª Camara Municipal de Lisboa. Lisboa. Na Imprensa Silviana. 1851. 17x25 cm. VIII-398 págs.
Livro disponível aqui: