sábado, 26 de junho de 2010

São João

(Braga)
Barros, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Junho. Lisboa: Círculo de Leitores.

24 de Junho - São João

... a pancadinha propiciatória que trará a boa sorte e fortuna.
... a noite em que se quebra ou se prolonga o encanto das moiras encantadas.
... a madrugada em que se colhem os figos lampos com orvalho bento.

Barros, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Junho. Lisboa: Círculo de Leitores.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

brinquei eu, brincaste tu ...



cinco saquinhos, pedrinhas ou Marias

carrinho de rolamentos

 jogo do elástico

corrida de caricas

arco

adufe





Maria Amélia Fonseca - Romaria à Senhora do Almortão, Monsanto.

Monsanto - Idanha-A-Nova



Festa de Santa Cruz ou do Castelo - As Bezerras - Marafonas. Realiza-se anualmente no primeiro domingo a seguir ao dia 3 de Maio.


fotografia de Jorge Barros


fotografia de Jorge Barros







Barros, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Maio. Lisboa: Círculo de Leitores. Fotografias de Jorge Barros.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Romaria de São Torcato (Cabaços - Moimenta da Beira)


O chapéu de três bicos


A romaria realiza-se em dois fins-de-semana seguidos (a começar no quarto Domingo depois da Páscoa), repartida pelas duas capelas de São Torcato (o Velho e o Novo) e pela Igreja Matriz de Santo Adrião, padroeiro de Cabaços.

No domingo (dia principal da festa), pelas sete e meia da manhã, abrem-se as portas das duas capelas e logo começa - na mais antiga, onde se encontra a primitiva imagem do santo, segurando o livro de pontífice e a palma de mártir, vestido com uma espécie de libré, de calção até ao joelho e tricórnio (chapéu de três bicos) - um ritual que se perde no tempo: a "Liturgia do Chapéu de São Torcato".
A tradição (assistida por quatro mordomos, ou "mesários") consiste em retirara o chapéu ao santo, para o colocar, por rápidos instantes, na cabeça dos devotos - homens, mulheres e crianças, que se ajoelham junto do altar da sagrada imagem.

Segundo a crença popular, "colocar o chapéu de São Torcato é evitar as dores e as doenças da cabeça, do peito e dos membros".


Barros, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Maio. Lisboa: Círculo de Leitores.

maias e maios ... 1 de Maio





A erva, Maio a dá, Maio a leva.



(fotografias de Jorge Barros)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Maias - Quinta-Feira da Ascensão - Dia da Espiga






A espiga inclui pés de trigo e/ou centeio, cevada, aveia, um ramo de oliveira, papoilas, videira, alecrim  e margaridas amarelas e brancas. As espigas simbolizam o pão e a abundância, as papoilas o amor e a vida. o ramo de oliveira a paz, as margaridas o ouro e a prata, a videira o vinho e a alegria e o alecrim a saúde e a força. De acordo com a tradição, o ramo deve ser pendurado dentro de casa, na parede da cozinha ou da sala, aí se conservando durante um ano, até ser substituído pelo ramo do ano seguinte. Assim, segundo crença popular, o ramo traz a abundância, a alegria, a saúde e a sorte - "Quem tem trigo da Ascensão, todo o ano terá pão."

sábado, 24 de abril de 2010

Lenda do rio Arade

 
Rio Arade, rio Arade,
Diz a voz da tradição
Que uma moira aqui chorou,
Trazida por Rei Cristão...

Foi em tempos tão remotos,
Em tempos que já lá vão,
Que a luta era mais acesa
Entre a Cruz e o Alcorão...

Era tudo fogo e ferro,
Em chamas ardia o chão,
E, a blasfêmia proclamada,
Carecia de perdão...

E se Cristo alçava a cruz
Aos valentes portugueses,
Allah, de longe, incitava
Os moiros, algumas vezes...

Os dias assim passavam,
Tão negros, sem exagero,
Que nada ali mais se ouvia
Que as vozes do desespero...

Quebravam-se alfanjes moiros,
Duras lanças portuguesas,
Nesses combates hostis,
Pelos montes, por devesas...

E diz a lenda, ela sempre,
Que o sangue que o chão bebia
Numa fonte mais à frente,
Muitas vezes, apar’cia...

É por isso que ainda hoje,
Até por gosto bizarro,
Se apanho terra de Silves,
É vermelha, cor de barro...

Vamos ao que mais importa
Nesta longa narração:
Saber o que aconteceu
À moita e ao rei cristão...

Era um dia, ao sol poente
Brilhavam núvens nos céus,
E El-Rei das hostes cristãs
Rezava, sózinho, a Deus.

Senão quando, senão quando
Junto de si apar’ceu
Uma visão, a mais linda,
Vinda lá dum outro céu.

Pronto El-Rei ali quedou
A fervorosa oração;
Logo, também, inquiriu:
— “Quem és tu, aparição?...

— “Eu sou Fhatma, a engeitada;
“Não tenho pai, nem irmãos,
“E assim me dou, pura e virgem,
“Ao forte Rei dos cristãos...

Levou-a El-Rei consigo,
Na garupa do cavalo;
Prestes, dela se tomou,
Não seu Rei, mas seu Vassalo...

E, numa curva do rio,
Num lugar que é Encherim,
Entre flores de laranjeira,
El-Rei lhe falou assim:

— “Tu és flor ou és mulher?...
 “És verdade ou tentação?...
 “Tu, que és moira, quer’s ficar
“Aqui no meu coração?.,,

Era a moira só ternura,
E sorria como ainda
O guerreiro outra não vira
Sorrir, morena e tão linda...

Mas Fhatma ali respondeu:
— Sou mulher, mas, se me queres,
Sou só tua, apenas tua;
‘Faz de mim quanto quiseres!...

Abraços assim e beijos
Não foram jamais trocados,
Nos tempos vindos depois,
Nem nos tempos já passados...

Porque o amor não era amor,
Era coisa tão sem nome,
Como a água que mata a sede
Ou o pão que mata a fome.

Foi-se El-Rei de novo à guerra
E a princesa, porque o era,
Ficou-se, naquele vale,
Sempre à espera, sempre à espera...

Passaram tempos vindouros,
Longa noite, longo dia,
Mas EI-Rei não mais voltou
Para ver quem não o via...

E a moira que filha fora
Do príncipe Ben Ahr-ade,
Foi-se, a pouco, ali finando,
Só chorando de saudade...

Lágrimas do céu bebia,
Nas longas noites chuvosas,
Para as transformar, depois,
Noutras bem mais copiosas...

Eis, assim, foi engrossando
Aquela magra ribeira,
Onde a moira se quedara,
Mais chorosa, à sua beira...

Os tempos foram passando,
Mas a ribeira era agora
Um rio que ia morrer
Noutras águas, mar em fora...

Logo o vulgo, sempre o vulgo,
Depois, para a eternidade,
Ali mesmo baptizou
O rio, de Rio Arade...

Por isso, nos meus ouvidos,
Em longas noites de v’rão,
Ainda ouço alguém cantar
Aquela estranha canção:

— “Rio Arade, Rio Arade,
“Diz a voz da tradição
“Que uma moira aqui chorou,
“Trazida por Rei Cristão...

LOPES, Morais Algarve: as Moiras Encantadas s/l, Edição do Autor, 1995 , p.63-67


Fonte

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Prendas de Páscoa









Para presentear afilhados, familiares, amigos e namorados

Festa de Aleluia









Celebração antiga e singular da quadra da Páscoa  ao que parece, única no País -, poderá dizer-se que tem início na Quinta-Feira Santa quando grupos de crianças começam a recolher flores destinadas aos «ramos» (se forem meninas) e às «cruzes» (se forem rapazes). A predominância das flores recai na «aleluia» (chamadas, noutras regiões, «giesta», ou «páscoa»).
O Desfile sai da Capela de São Sebastião [Tomar] às nove horas da manhã de domingo de Páscoa. A idade dos componentes do cortejo, que chega a comportar centenas de crianças, não pode exceder os doze anos.

Barro, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores. 

domingo, 4 de abril de 2010

queima do Judas

(fotografia de Jorge Barros)

Benção do Lume Novo e da Água


A benção do lume novo, praxe religiosa, 
praticada no início da Vigília Pascal, onde
é solenemente aceso o círio pascal - fonte
de chama para as velas dos fiéis.


A bênção da água - cerimónia idêntica à da
bênção do lume novo e realizada imediatamente
a seguir - consiste na simbologia da purificação
da água que será colocada nas pias baptismais
e de água benta.

A tradição diz-nos também que três gotas de água benta bebidas da pia baptismal no domingo de Páscoa «privam do bruxedo», enquanto que, se em silêncio e às escondidas, na noite de Páscoa, as mulheres lavarem o rosto na água de uma fonte ou num ribeiro, conservarão a juventude.

Barro, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores.