segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Santo Expedito





HODIE

oxalá...

Muhammad ibn ‘Abbad al-Mu’tamid



Eia, Abû Bakr, saúda os meus lares em Silves
e pergunta-lhes se, como penso,
ainda se lembram de mim.
Saúda o Palácio das Varandas
da parte de um donzel
que sente perpétua nostalgia desse alcácer.
Aí moravam guerreiros como leões,
e brancas gazelas
- em que belas selvas, em que belos covis!
À sua sombra, quantas noites passei
com mulheres de quadris opulentos
e de aparência extenuada!
Brancas e morenas
provocavam-me na alma
o efeito das espadas refulgentes
e das lanças escuras!
Quantas noites passei,
deliciado, numa volta do rio,
com uma donzela cuja pulseira
imitava a curva da corrente!
E servia-me vinho do seu olhar,
e o vinho do jarro,
e outras vezes o vinho da sua boca.
Assim passava o tempo!
Feridas pelo plectro,
as cordas do seu alaúde faziam-me estremecer,
e era como se ouvisse a melodia das espadas
nos tendões dos inimigos…
Ao despir o manto descobria o corpo,
florescente ramo de salgueiro,
como o capulho se abre
ao exibir a flor…


Muhammad ibn ‘Abbad al-Mu’tamid

terça-feira, 12 de julho de 2011


foram observados bem de perto:

... pode deixar estupefacto qualquer observador que nunca se tenha cruzado com uma ave desta espécie








Julho calmoso faz o ano formoso.

Água de Julho, no rio faz barulho.

Em Julho, ao quinto dia verás que mês terás.

Julho fresco, Inverno chuvoso, estio perigoso.

Por muito que Julho queira ser, pouco há-de chover.

Em Julho ceifo o trigo e o debulho; em o vento lhe dando, o vou limpando. 



sexta-feira, 8 de julho de 2011

À MEMÓRIA DE MEU AVÔ FRANCISCO BORGES PIRES, MESTRE-ESCOLA E POETA - Emanuel Félix


Percorro com o olhar as figueiras e as vinhas
os campos semeados de milho
a luzerna ondulante.

Ouço o cacarejar perseguido das frangas
e tenho na boca o gosto das ameixas
colhidas quase verdes.

Reencontro os atalhos
por onde
descalça corre ainda a minha infância.

De longe vem o apelo do mar.

E é tudo
subitamente tão belo
como se tivesse de partir
ou acabasse de chegar.

Cabo da Praia, Setembro de 1970
Emanuel Félix

SEMPRE DISSE TAIS COISAS ESPERANÇANDO NA VULCANOLOGIA - 12 Poetas do Açores
Gota de Água - Casa da Moeda 

terça-feira, 5 de julho de 2011

Vinho


1. Vinho pela cor, pão pelo sabor.
2. Vinho, ouro e amigo, quanto mais velho melhor.
3. Vinho que baste, carne que farte, pão que sobre e seja eu pobre.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Reserva Natural do Estuário do Tejo




Ermida de Nossa Senhora de Alcamé


A Ermida de Nossa Senhora de Alcamé construída no século XVIII, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, era o espaço apropriado para os trabalhadores das Lezírias ali cumprirem as suas obrigações religiosas. Localiza-se na ZPE junto ao limite Norte da Reserva Natural. No final do século XIX, realizavam-se aqui episodicamente festas, organizadas por uma comissão de festeiros de que faziam parte lavradores de Vila Franca de Xira, Alhandra e Alverca. Nos anos 40, um grupo de proprietários retomou a organização das festas associando-as às do “Colete Encarnado” de Vila Franca de Xira. Nos últimos anos, a Associação de Varinos de Vila Franca de Xira tem dinamizado a realização da romaria pelo 17 de Junho, com a participação de outras associações locais. Os campinos, acompanhados pela banda e o cortejo, transportam o andor com a imagem da Nossa Senhora da Conceição desde a Igreja Matriz até ao cais, onde se realiza a cerimónia de embarque. A procissão prossegue pelo rio, em embarcações tradicionais todas engalanadas, até ao cais do Marquês. Aí o andor é transferido para uma charrete, seguindo o cortejo até à ermida. Aí, realizam-se as cerimónias religiosas, que incluem a benção dos gados, e o arraial com apresentação de ranchos folclóricos e actividades associadas aos cabrestos e campinos.

Aqui
e
Aqui










fotografias de Helena Nilo