Eduardo Portugal, Chafariz da Fonte Santa, 1939 fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico |
O Chafariz da Fonte Santa, com data de construção e arquitecto desconhecidos, localiza-se na rua Possidónio da Silva, entre os bairros da Estrela e de Alcântara, sendo o único chafariz, em Lisboa, com a designação de Fonte Santa. O seu
nome deve-se à fama das virtudes medicinais da sua água. Segundo reza a
crença popular apareceu há cinco séculos, no cimo da encosta do Vale de
Alcântara para os Prazeres, perto de uma mina de água, a imagem de uma
Santa. Foi baptizada pelos
populares Fonte Santa, porque os devotos da Santa, esperando a cura milagrosa, ali iam para lavar as
feridas, os olhos, e beber água. No final do séc. XVI, o chafariz da Fonte Santa com as duas bicas e dois tanques,
integrava a Quinta dos Prazeres, que foi enfermaria de pestíferos depois
da epidemia de 1598.
A água da mina
era sulfatada cálcica, mas, a partir do século XIX, a sua proximidade do cemitério e o seu teor
nitratado vedou-a ao consumo público, passando o chafariz a ser
alimentado por outra conduta. No local da ermida foi construída a
taberna do João da Ermida. O chafariz tornou-se, então, num espaço de encontro dos
operários e dos marujos, que aí descansavam depois de se saciarem na
dita taberna.
Actualmente, possui apenas um tanque de recepção de águas com a
respectiva bica, que surge encimada por um baixo relevo em calcário com
as armas da cidade. Da fachada simples, destaca-se o remate invulgar "em
quilha", à semelhança de um frontão de igreja setecentista em forma de arco abatido,
coroado por uma cruz, cuja peanha evidencia o ano de 1735, data
provável da reconstrução que lhe deu o aspecto actual. Do lado direito da fonte existem umas escadas de acesso.
Eduardo Portugal, Chafariz da Fonte Santa, caravela 1951 fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico |
Eduardo Portugal, Chafariz da Fonte Santa, 1939 fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico |
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