sábado, 18 de julho de 2015

António Nobre - Ao Mar


(SONETO ANTIGO)

Ó meu amigo Mar, meu companheiro
De infancia! dos meus tempos de collegio,
Quando p'ra vir nadar como um poveiro
Eu gazeava á lição do mestre-regio!

Recordas-te de mim, do Anto trigueiro?
(O contrario seria um sacrilegio)
Lembras-te ainda d'esse marinheiro
De boina e de cachimbo? Ó mar protege-o!

Que tua mão oceanica me ajude,
Leva-me sempre pelo bom caminho,
Não me faltes nas horas de afflicção.

Dá-me talento e paz, dá-me saude,
Que um dia eu possa emfim, poeta velhinho!
Trazer meus netos a beijar-te a mão...


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