domingo, 29 de março de 2020

Senhora da Rocha, de Sophia de Mello Breyner Andresen



Isto já se vai tornando um hábito para mal de todos, especialmente de vocês. Mas este foi a pedido, o que me deixa muito feliz. Cá está ele com muito carinho, Helena Nilo[Daniel Soares Ferreira - Aqui ]





SENHORA DA ROCHA

Tu não estás como Vitória à proa
Nem abres no extremo do promontório as tuas asas
Nem caminhas descalça nos teus pátios quadrados e caiados
Nem desdobras o teu manto na escultura do vento
Nem ofereces o teu ombro à seta da luz pura

Mas no extremo do promontório
Em tua pequena capela rouca de silêncio
Imóvel, muda inclinas sobre a prece
O teu rosto feito de madeira e pintado como um barco

O reino dos antigos deuses não resgatou a morte
E buscamos um deus que vença connosco a nossa morte
É por isso que tu estás em prece até ao fim do mundo
Pois sabes que nós caminhamos nos cadafalsos do tempo

Tu sabes que para nós existe sempre
O instante em que se quebra a aliança do homem com as coisas
Os deuses de mármore afundam-se no mar
Homens e barcos pressentem o naufrágio

E por isso não caminhas cá fora com o vento
No grande espaço liso da luz branca
Nem habitas no centro da exaltação marinha
O antigo círculo dos deuses deslumbrados

Mas rodeada pela cal dos pátios e dos muros
Assaltada pelo clamor do mar e a veemência do vento
Inclinas o teu rosto

Imóvel muda atenta como antena.



Sophia de Mello Breyner Andresen , Geografia, 1962



domingo, 5 de janeiro de 2020

Viveiro de Trutas de Aguincho




Helena Nilo, Viveiro de trutas de Aguincho, Dezembro de 2019


Helena Nilo, Viveiro de trutas de Aguincho, Dezembro de 2019


Helena Nilo, Viveiro de trutas de Aguincho, Dezembro de 2019



Helena Nilo, Viveiro de trutas de Aguincho, Dezembro de 2019


Helena Nilo, Viveiro de trutas de Aguincho, Dezembro de 2019


Helena Nilo, Viveiro de trutas de Aguincho, Dezembro de 2019


Helena Nilo, Viveiro de trutas de Aguincho, Dezembro de 2019
(companheiro de almoçarada, já de barrinha cheia... fomos-lhe oferecendo algumas cabeças, não todas, pois nesta trutas fritas, tão crocantes, marcha tudo menos a espinha)


Helena Nilo, Viveiro de trutas de Aguincho, Dezembro de 2019



sábado, 23 de novembro de 2019

Madredeus - O sonho









Quem contar
um sonho que sonhou
não conta tudo o que encontrou
Contar um sonho é proibido
Eu sonhei
um sonho com amor
e uma janela e uma flor
uma fonte de água e o meu amigo
E não havia mais nada...
só nós, a luz, e mais nada...
Ali morou o amor
Amor,
Amor que trago em segredo
num sonho que não vou contar
e cada dia é mais sentido
Amor,
eu tenho amor bem escondido
num sonho que não sei contar
e guardarei sempre comigo



Letra e música: Pedro Ayres Magalhães

sábado, 2 de novembro de 2019

Alberto de Souza - Tricana de Coimbra



Alberto de Souza, Tricana de Coimbra, Ilustração Portugueza, 2ª série, nº 364, 1913


DAQUI

Copeiro alentejano



copeiro alentejano

COPEIRO – Suporte de copo de vidro para água, confeccionado em madeira e pintado e decorado com motivos florais, à maneira de Évora. Alguns copeiros têm na parte inferior um cabide para toalha.

domingo, 27 de outubro de 2019

A Falta d'água em Lisboa




A Falta d'água em Lisboa,
Ilustração Portuguesa, 2ª, série, nº 385, 7 de Julho, 1913

Chafariz da Rua do Século





Joshua Benoliel, Chafariz da Rua do Século, [1907]
Fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico



Segundo projecto de Carlos Mardel, este chafariz, chafariz nº 5,  ficou concluído em 1762, assumindo um importante estatuto interventivo no urbanismo de Lisboa, na medida em que, na Rua Formosa (actual Rua do Século), Mardel desenhou uma praça circunscrita a uma planta semicircular para enquadrar o referido chafariz, que surge, centrado ao fundo, encostado a uma alta parede de jardim. O seu abastecimento de água era feito através de uma derivação da galeria do Loreto, na chamada Pia do Penalva, que se localizava sensivelmente na esquina da Praça do Príncipe Real com a Rua D. Pedro V. De concepção clássica e de grande sobriedade decorativa, assenta numa base de degraus de forma poliginal e caracteriza-se por possuir um espaldar de encosto, ostentando tabelas centrais, que forma um elegante pórtico da ordem dórica, composto pela articulação de pilastras simples com capitéis trabalhados linearmente,que sustentam um frontão aberto, encimado por uma concha, a qual equilibra toda a estrutura. Sobressaindo na monotonia cromática do calcário amarelado do chafariz e da praça, três carrancas de bronze alimentam um tanque de recepção de águas pouco profundo, arredondado e saliente. Este chafariz tinha também como função abastecer o Palácio Pombal que lhe fica fronteiro.


Gastão de Brito e Silva, Chafariz da rua do Século


Gastão de Brito e Silva, Chafariz da rua do Século


Gastão de Brito e Silva, Chafariz da rua do Século


sábado, 26 de outubro de 2019

António Maria Lopes - A Poesia das águas





António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



António Maria Lopes, "A Poesia das águas",
Ilustração Portugueza, 2.ª série, n.º 368, 10 de Março de 1913, pp. 289-293



Artigo Aqui

terça-feira, 22 de outubro de 2019