terça-feira, 23 de julho de 2019

Eduardo Portugal - Horta da Navia




Eduardo Portugal, Ribeira de Alcântara junto do sítio de Horta Navia, 1939/!947
Fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico

[deusa Navia / Nabia - betacismo Nabia/Navia ]

Travessa da Horta Navia






Filipe Folque, Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, 1856-1858: n.º 39
Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico
Aqui: http://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=79608&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1&Coluna=1





[deusa Navia / Nabia - betacismo Nabia/Navia ]

MIGUEL MARTINS - P.B.




Ficam os teus olhos a marulhar por aqui
como uma gruta de ecos em que a história persiste
ou conversa que se tem a sós para dentro do vaso
que nos vai girando nas mãos e na roda de oleiro
já sem destinatário ou serventia
senão talvez guardar a nossa dor
na prateleira mais alta da memória,
a da beleza inútil,
a dos versos sem raiva pelo mundo
ou apenas aquela raiva mansa
que votamos ao gemido da rola que nos tolhe a leitura,
antes de demolharmos pão para o seu almoço.

Da última vez que te vi,
ontem ou há cem anos,
o sofrimento e a fadiga,
a fadiga do sofrimento,
não te tinham ainda cansado a alegria
e gosto de pensar que assim tenha sido até ao fim,
que tenhas partido com algum horizonte luminoso
nesses olhos de um azul que inventava os néones
de uma noite de verão impossivelmente gloriosa,
toda ela cinema e juventude.

E eu,
alquebrado, impotente,
indecente e loquaz,
sinto-me culpado pelo pouco motivo disso tudo
e não resisto a dizê-lo à tua campa,
certo de que, como sempre, me absolverás
e, por um par de horas, passearemos na praia,
num canto mal iluminado da cidade.

Não há como o fim para nos lembrar o princípio,
que pode ser no meio, cada cintilação,
cada metro galgado às cavalitas do sonho,
numa confusão de pés e mãos e todos num só corpo,
o cardume da noite,
um barco humano
no meio de um oceano que é só Tejo
ou a voz misteriosa,
o ruído branco,
talvez negro,
certamente cinzento,
que nos adormece
e desperta,
adormece
e desperta,
que nos adormece
e agora
não
.

Miguel Martins
27/03/19


Retirado Daqui: 

CAMILLO PESSANHA - PHONOGRAPHO




Adicionar legenda




Vae declamando um comico defuncto,
Uma platea ri, perdidamente,
Do bom jarreta... E ha um odor no ambiente
A crypta e a pó, — do anachronico assumpto.


Muda o registo, eis uma barcarola:
Lirios, lirios, aguas do rio, a lua.
Ante o Seu corpo o sonho meu fluctua
Sobre um paúl, — extatica corolla.


Muda outra vez: gorgeios, estribilhos
D’um clarim de oiro — o cheiro de junquilhos,
Vivido e agro! — tocando a alvorada...

Cessou. E, amorosa, a alma das cornetas
Quebrou-se agora orvalhada e velada.
Primavera. Manhã. Que efluvio de violetas!

Camillo Pessanha, Clepsydra, Lisboa, Edições Lusitânia, 1920


Retirado Daqui: 


Fotografia de Daniel Soares Ferreira, Jardins do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, 16.07.2019


quinta-feira, 27 de junho de 2019

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Santo António





Helena Nilo, Igreja de Santo António dos Congregados,
Porto, 7 de Maio de 2019
(Sermão de Santo António aos Peixes)




Helena Nilo, Santo António



Ruy Cinatti - Berlengas — Ilhas Portuguesas















Ruy Cinatti, «Berlengas — Ilhas Portuguesas», Panorama — Revista Portuguesa de Arte e Turismo, n.º 13, Fevereiro de 1943. Fotografias de Constantino Varela Cid

[IN Hemeroteca Digital]

Obrigada pela partilha, Luis Manuel Gaspar

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Alzira Santos - Fonte do Ribeiro, Vide




Fotografia de Alzira Santos, Fonte do Ribeiro e Tanque, Vide, Abril de 2017


O tanque da roupa à direita, a Fonte ao fundo. No mesmo largo está o Lagar. Como curiosidade, ao lado da Fonte está a "pedra de aguçar" (podões, facas, etc.)"; em tempos perdida e, entretanto, recuperada porque meu pai lembrava-se de que tinha sido aproveitada para fazer a parede que se vê em fundo. Em boa hora esborralhada a parede, como se diz na Vide, e a pedra apareceu praticamente intacta.




Fotografia de Alzira Santos, Fonte do Ribeiro, Vide, Abril de 2017



Fotografia de Alzira Santos, Fonte do Ribeiro, Vide, Abril de 2017



Fotografia de Alzira Santos, Fonte do Ribeiro, Vide, Abril de 2017



O LAGAR

Fotografia de Alzira Santos, Lagar, Vide, Abril de 2017



Lavadeira - Sra Maria




Jorge Guerra, Lavadeira, Avenida de Roma, 1966


... talvez a Senhora Maria




Helena Nilo, Fonte da Porta do Olival, Porto, 8.05.2019


Helena Nilo, Fonte da Porta do Olival, Porto, 8.05.2019



[A Fonte da Porta do Olival fica junto à antiga Cadeia da Relação (Cordoaria) ]

terça-feira, 11 de junho de 2019

JUAN CARLOS OLIVARES PEDREÑO - EL CULTO A NABIA EN HISPANIA Y LAS DIOSAS POLIFUNCIONALES INDOEUROPEAS




Las inscripciones relativas a Nabia en Hispania muestran algunas particularidades que la diferencian del resto de divinidades femeninas. Es la única diosa constatada en toda laamplia región situada al norte del río Duero y se alude a ella con epítetos que indican unatutela sobre núcleos poblados. Además, sus altares votivos han sido descubiertos en diversos contextos: elevaciones montañosas, fuentes o en el interior de castras. Finalmente, la diosaes citada dos veces, una de ellas sin epítetos y la otra con un apelativo, en una misma dedicación. Todos estos datos apuntan que Nabia tenía un carácter polifuncional, como algunas delas principales diosas del ámbito indo-iranio, romano o céltico insular.