segunda-feira, 5 de abril de 2010

Festa de Aleluia









Celebração antiga e singular da quadra da Páscoa  ao que parece, única no País -, poderá dizer-se que tem início na Quinta-Feira Santa quando grupos de crianças começam a recolher flores destinadas aos «ramos» (se forem meninas) e às «cruzes» (se forem rapazes). A predominância das flores recai na «aleluia» (chamadas, noutras regiões, «giesta», ou «páscoa»).
O Desfile sai da Capela de São Sebastião [Tomar] às nove horas da manhã de domingo de Páscoa. A idade dos componentes do cortejo, que chega a comportar centenas de crianças, não pode exceder os doze anos.

Barro, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores. 

domingo, 4 de abril de 2010

queima do Judas

(fotografia de Jorge Barros)

Benção do Lume Novo e da Água


A benção do lume novo, praxe religiosa, 
praticada no início da Vigília Pascal, onde
é solenemente aceso o círio pascal - fonte
de chama para as velas dos fiéis.


A bênção da água - cerimónia idêntica à da
bênção do lume novo e realizada imediatamente
a seguir - consiste na simbologia da purificação
da água que será colocada nas pias baptismais
e de água benta.

A tradição diz-nos também que três gotas de água benta bebidas da pia baptismal no domingo de Páscoa «privam do bruxedo», enquanto que, se em silêncio e às escondidas, na noite de Páscoa, as mulheres lavarem o rosto na água de uma fonte ou num ribeiro, conservarão a juventude.

Barro, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores. 
 


terça-feira, 30 de março de 2010

Alecrim

Alecrim alecrim aos molhos
por causa de ti
choram os meus olhos
ai meu amor
quem te disse a ti
que a flor do monte
era o alecrim

Alecrim alecrim doirado
que nasce no monte
sem ser semeado
ai meu amor
quem te disse a ti
que a flor do monte
era o alecrim

Domingo de Ramos - Benção dos Ramos ou dos palmitos




fotografia de Jorge Barros


Atados com fitas de cores e compostos por folhas de palmeira, alecrim, oliveira, loureiro, rosmaninho e mimosa, os ramos, benzidos antes da missa (ou de véspera, na missa da tarde), guardam-se depois em casa durante todo o ano.
Nas vilas e aldeias são pendurados na cozinha ou à cabeceira da cama, para «proteger a casa dos maus ares».

(...)

Em Estremoz, após o ramo de alecrim ter sido benzido, era tradição as raparigas retirarem-lhe um raminho, que colocavam nas lapelas dos casacos dos namorados, dizendo: «Verde é / Verde cheira / Ficas preso para sexta-feira» - significando que o namorado teria de oferecer-lhe amêndoas.
O rapaz fazia o mesmo com o seu próprio ramo, e dizia: «Verde é / Verde há-de cheirar / Ficas presa para me dar o folar» - o que acontecia no domingo de Páscoa.


Barros, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores. 

domingo, 21 de março de 2010

João Villaret - Procissão

 

Primavera


Equinócio da Primavera,  20 de Março de 2010, 17:20

"Romeiros das Brumas" - Ilha de São Miguel

(fotografia de Jorge Barros, adaptada)

O culto penitente dos romeiros da Ilha de São Miguel tem a sua origem em 1552, quando um grande tremor abalou Vila Franca do Campo. Nessa altura, um dos habitantes, na sua aflição, terá chamado pela Virgem do Rosário. Todos ficaram sob os escombros, menos aquele.
Em memória desse acontecimento, prometeram depois os açorianos, para louvar a Senhora, organizar anualmente as ramagens, compostas apenas por grupos de homens, a originar uma onda de penitência, oração e verdadeira solidariedade humana.
A volta à ilha, que decorre durante as sete semanas da Quaresma (a começar no primeiro sábado, ou em casos mais raros domingos), inicia-se de madrugada (quatro horas da manhã) e termina no sábado seguinte, à noite, ou no domingo de manhã, perfazendo cada grupo a peregrinação de uma semana - penitência religiosa que se verifica somente em São Miguel.
(1º Sábado de Quaresma, 20.02.2010)

Barro, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores.

Trigo e gratidão só crescem em boa terra e boa alma.
M.L. 15.03.1937 - 13.02.2010