quarta-feira, 5 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
CANÇÃO
"triste como um rio, sereno como as pontes..."
fio d'água transparente
balança de luz
na noite que se alarga
serena como um rio
serena como as pontes
estátua que conduz
estátua que conduz
o cintilar do negro
na noite que se alarga
serena como um rio
serena como as pontes
o gato que se enrola
o gato que se enrola
a limitar o brilho
que identifica o negro
que a noite percorre
sereno como um rio
sereno como as pontes
palácio que esqueci
palácio que esqueci
teu corpo já estrangeiro
no nome tão distante
felino ainda na noite
triste como um rio
triste como um rio
sereno como as pontes
Manuel de Castro, A Estrela Rutilante, ed. do autor
domingo, 2 de novembro de 2014
sábado, 1 de novembro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
terça-feira, 28 de outubro de 2014
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Luís Miguel Nava - Rios
Aqui, onde o vemos
correr, o rio mais não é que uma cortina, por trás
da qual corre outro rio. O
que no primeiro se reflecte
no outro transfigura-se.
Desprende-se o primeiro
do plano a que os sentidos o
mantêm agarrado, para assim
melhor entrar na alma, de cuja
incerta superfície faz as margens.
Disto isto doutra forma: assenta-nos
as margens na aspereza
da alma, a cujas reetrâncias
(já dizia o Pessoa) o sol não chega.
Mas nem ele é preciso. Uma só vela
nas trevas basta
para que o rio se ilumine
desde a foz à nascente.
É esse rio, idêntico a uma porta
que existe só por dentro e que por fora
foi já toda comida pelas trevas, que
nos serve de metáfora do tempo
(só o outro é literal)
e, tal como nas trevas - onde as ervas
e as flores são invisíveis -
o aroma verdeja, assim
o tempo, escoando-se, adquire
a cor da erva: e ontem, hoje
e amanhã mais não são do que tantos outros tons de
verde
que bovinamente a alma saboreia.
AQUI
terça-feira, 7 de outubro de 2014
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
António Lopes Ribeiro - Lisboa de Hoje e de Amanhã, 1948
Lisboa de Hoje e de Amanhã é um documentário português realizado,
escrito e narrado por António Lopes Ribeiro, produzido pela Câmara
Municipal de Lisboa, no ano de 1948. Consiste numa série de pequenas
filmagens de algumas zonas da cidade, com a explicação das mesmas por
Lopes Ribeiro e, música de fundo.
Este documentário é uma análise da cidade de Lisboa, feita por António Lopes Ribeiro, de quatro perspectivas: habitação, circulação, trabalho e, espaços de lazer. São divididas por quatro partes, cada uma com 10 minutos de duração. Num Portugal indirectamente devastado pela Segunda Guerra Mundial, este filme apresenta aquilo que já pudera ser feito e, tudo o que estava planeado fazer para tornar Lisboa numa cidade pioneira ao nível dos quatro pilares referidos. AQUI
Este documentário é uma análise da cidade de Lisboa, feita por António Lopes Ribeiro, de quatro perspectivas: habitação, circulação, trabalho e, espaços de lazer. São divididas por quatro partes, cada uma com 10 minutos de duração. Num Portugal indirectamente devastado pela Segunda Guerra Mundial, este filme apresenta aquilo que já pudera ser feito e, tudo o que estava planeado fazer para tornar Lisboa numa cidade pioneira ao nível dos quatro pilares referidos. AQUI
terça-feira, 23 de setembro de 2014
"Os 'Olhares Fotográficos' dos estrangeiros" sobre Portugal
François Le Diascorn, Lamentações das três Marias, Évora, Portugal 1980 |
Sabine Weiss, Interior de igreja em Portugal, 1954 |
Cartier Bresson, 'Confissão', Igreja dos Jerónimos, 1954 |
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Francisco Bugalho - Rega
Longa, lenta, melancólica,
Cantou a velha canção,
A nora triste da horta.
E uns brandos ares de bucólica
- Oh, lírica solidão! -
Bateram à minha porta.
Terra sedenta que espera,
Ansiosa todo o dia,
Estes momentos da tarde,
Agora se desaltera.
- Que, a esta hora tardia,
O beijo do sol não arde.
Toda se dá em perfumes
Que lembram, a quem os sente,
Vagos, sensuais desatinos.
Andam no ar vaga-lumes.
E a terra, molhada e ardente,
Tem desejos femininos...
Depois, a nora calou-se.
Ficaram-se murmurando,
Nos regos, já invisíveis,
- Murmúrio leve e tão doce!... -
Águas que vão retratando
Finas estrelas insensíveis.
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