domingo, 4 de dezembro de 2011

as mãos da escrita...

AQUI há mãos que:

Mãos que preparam
Mãos que fazem
Mãos que afeiçoam
Mãos que refazem
Mãos que moldam

papéis que andam:

Em mão alheia...
Entre mãos...
De mão em mão..

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

bodo...




3. "Convites", "confrarias" e bodos

(...)
Mas o tipo mais amplo de refeição comunitária é o bodo que, na maior parte dos casos, anda associado à festa do Espírito Santo. A sua essência reside no facto de todos os alimento se destinarem a toda a gente, sem excepção, estando o bodo desvinculado de preocupações caritativas ou sufragantes.

(...)
Sem funções caritativas nem sufragantes, os bodos tornaram-se altamente suspeitos para a mentalidade reformadora. Igreja e Coroa consorciaram-se na luta contra os bodos que foram proibidos pelas Ordenações do Reino, sob pretexto de delapidarem os bens das confrarias, de não aproveitarem às almas dos benfeitores e darem ocasião a irreverências nos lugares sagrados.

Está por explicar o verdadeiro significado dos bodos. A justificação, com base na etimologia, de que bodo provém de um voto não parece muito esclarecedora, tanto mais que outras distribuiçoes alimentares também andam associadas a votos. Se, na realidade, o bodo de Sao Brás de Torres Novas anda ligado a promessas, também as "confrarias" de Sto André de Montemor-o-Novo decorrem de promessas e dádivas de confrades.

Há quem os aproxime da dádiva  cerimonial do Potlatch, mas deles parece estar usente o objectivo da «conquista ou manutenção de prestígio social» indissociável daquela dádiva ritualizada, tal como os antropólogos a definem.

Finalmente ainda, os bodos parecem celebrar, em tempos de fome, o velho mito da idade de ouro ou anunciar a esperança num reino de felicidade.

 Maria Ângela Beirante, "Ritos alimentares em algumas confrarias portuguesas medievais"
In: Actas do Colóquio Internacional - Piedade Popular, 1998


Pavões, ontem, no Museu da Cidade

... nunca pensei que dormissem tão alto

Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,

Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo último,

Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.

Que trono te querem dar
Que Átropos to não tire?

Que louros que não fanem
Nos arbítrios de Minos?

Que horas que te não tornem
Da estatura da sombra

Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada.

Colhe as flores mas larga-as,
Das mãos mal as olhaste.

Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio.


Ricardo Reis

sábado, 26 de novembro de 2011

vamos dar de beber à alegria

já que, enquanto não sabe o veredicto, vai andar por aí a sofrer até de madrugada...
aqui fica um fadinho:





[para o FADO, mas passando antes pelo Daniel]

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lisboa - Alentejo

chamam-lhe: "a casa das andorinhas"

lavrar a Terra



Fotografia de Alfredo Cunha


Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nós e compelindo-nos
Agem outras presenças.

Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,

Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem
E nós não desejamos.

Ricardo Reis

cinema português


PAZ DOS REIS E OS PRIMÓRDIOS DO CINEMA - AQUI

bacalhau







ver AQUI documentário sobre a pesca do bacalhau:

The White Ships - Santa Maria Manuela, 1966

Lisboa - Sintra