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sexta-feira, 8 de setembro de 2017
terça-feira, 5 de setembro de 2017
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Domingos Alvão - Lavadeiras
Cliché de Domingos Alvão, ["Água tranquila - Lavadeiras num rio de Portugal"] Illustração Portugueza, 22 de Junho de 1914 |
Cliché de Domingos Alvão, "Lavadeira no Rio Leça" Illustração Portugueza, 14 de Dezembro de 1914 |
Daqui: Etnografia em Imagens
quinta-feira, 6 de julho de 2017
quarta-feira, 28 de junho de 2017
terça-feira, 9 de maio de 2017
O “Vapor”, casas aéreas de madeira
“Entre a Ponte Nova e a do Torreão, sobre a Ribeira de Santa Luzia ficava o “vapor”, essa habitação única que era um bairro em miniatura, uma república de lavadeiras presidida por uma velha vesga que sabia a vida de toda a gente, tanta roupa tinha já lavado.
Não que ela tivesse encargos sobre aquela irmandade, mas como uma abelha-mestra, tinham-lhe um certo respeito as outras vespas que na sua presença se abstinham um pouco de pregar brutal ferroada no crédito alheio. Mas, estava-lhes na massa do sangue a divisa da classe: ensaboar a roupa suja.
Quem mandou fazer aquela edificação esguia de tabuado, escorado de margem a margem da ribeira, nunca se nos deu de o saber, mas talvez começasse por servir de ponte, antes de ser armada a colmeia com o seu corredor muito estreito ao centro, tendo dos lados as pequenas células independentes com vista para montante e para a foz.
A cor vermelha com que foi pintado dava-lhe um aspecto de casco de navio e, ou fosse por esta razão ou pelo seu formato esguio, o certo é que todos conheciam a habitação tão singular pelo nome de “vapor”.
Que enormidade de coisas se arrumavam ali a dentro: uma cama velha, um baú ou caixa de pinho, uma cadeira sem costas ou de uma perna a menos, um Santo Antoninho de barro, ervas bentas pelas paredes, estampas encardidas, guitas cruzadas para dependurar roupa, um fogareiro de pedra, um tacho de folha, um cesto barreleiro, uma vassoura de palma, uma celha com água de anil, e mais.
A lavadeira é uma mulher fecunda. Tinham ali uma média de cinco filhos. Os mais pequenos em fralda, muito sujos, sempre a choramingar, os maiorinhos, já de calças, mas rotas, com um cordel traçado a servir de suspensórios, não desmereciam no fraseado das suas progenitoras.
Por baixo do “vapor” havia no verão uma represa feita na ribeira com os calhaus do leito cimentados a barro, leivas e ervas raizentes dos charcos, onde se empoçava a água, que solta da comporta todas as semanas, varria para juzante as imundices acumuladas no leito.
Era este açude o gáudio do rapazio. Naquela água turva do sabão, escoada das lavagens, cheia de bolhas, grossas que rebentavam só de encontro às margens, medravam eirós verde-negros, sacudindo o rabo como serpentes de água.
Faziam pesca deles, os rapazes, com um alfinete torto em forma de anzol, levando como isca uma minhoca que se debatia no suplício, atravessada de meio a meio.
Às vezes havia regatas de celhas, sentados os garotos ao fundo delas com os pés cruzados, servindo-se das mãos bem espalmadas para remar. Se acaso abalroavam as embarcações, metendo água dentro, não havia perigo, porque eram como peixes a nadar, saindo depois dali molhados, quais pintos ao sair da casca, e o menos que os esperava era uma sova de sapato, enquanto a roupa despida enxugava ao sol.
Foi demolido o “Vapor” que ameaçava ruína, desconjuntado e tremente ao marulho das enxurradas de Inverno.
Lavada em lágrimas vem a ribeira, mais lavado de ares ficou talvez o recanto, sem as lavadeiras.
Foi-se o “vapor” como um vapor de água que se perde, e como não figura nas estatísticas do porto, recordação, a vapor assim narrada.
SARMENTO, Alberto Artur – O Vapor. Das Artes e da História da Madeira, Vol. 4, Nº 23, 1956. P.9-10
Imagem retirada de CALDEIRA, Abel Marques - O Funchal no primeiro quartel do século XX. 2ª ed. Funchal:Eco do Funchal,1995.
O artigo original encontra-se AQUI
Foi partilhado no facebook de Francisco Queiroz
sábado, 6 de maio de 2017
sexta-feira, 5 de maio de 2017
Júlio Pomar - Adelino Lyon de Castro
Adelino Lyon de Castro, um fotógrafo esquecido?
A morte por doença de Adelino Lyon
de Castro logo no verão de 1953 (nascera em 1910) é seguramente uma das
razões efectivas do que pode considerar-se o esquecimento deste
fotógrafo. As razões políticas serão também significativas, e adiante se
referem. Outra razão determinante tem a ver com o facto de ser recente
(a partir dos inícios dos anos 80) a alargada atenção à fotografia e a
construção mais ou menos rigorosa da sua memória histórica, como algo
de exterior aos seus diversos círculos fechados de interessados ou
praticantes (fotojornalistas e outros profissionais; amadores e demais
salonistas; artistas plásticos que usam a fotografia). (...) Continua AQUI
Adelino Lyon de Castro, 'Os meninos e as redes', 1951 d.C. |
Adelino Lyon de Castro, 'Contra-luz', 1950 d.C. - 1952 d.C. |
Outras fotografias de A. Lyon de Castro - AQUI
terça-feira, 10 de maio de 2016
terça-feira, 5 de maio de 2015
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
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