quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Gastão Cruz - Nas Muralhas do Mar



Qual dentre as primeiras do
dia é a imagem
da gruta onde a voz
se repercute o
tema do extenso poema
falhado tal o autor o dizia
ansiosamente prostrado
na adoração da morte Do seu

corpo esgotado
pela algidez das águas não sobrava
nenhum tempo vivido entre
as muralhas gerais dessas
cidades Assim
como uma vaga suicida
marcado pela água o corpo à gruta
tal a voz à imagem refluia.

Gastão Cruz, O pianista, Porto: Limiar, 1984

quarta-feira, 15 de agosto de 2018




«Postal ilustrado, colorido, dirigido a Cassiano Branco por sua filha Maria Elisa Branco, representando o castelo de S. João do Arade, em Ferragudo, no Algarve.» 22.06.1965
© Arquivo Fotográfico Municipal De Lisboa



«Postal ilustrado, colorido, dirigido a Cassiano Branco por sua filha Maria Elisa Branco, representando o castelo de S. João do Arade, em Ferragudo, no Algarve.» 22.06.1965
© Arquivo Fotográfico Municipal De Lisboa


«Postal ilustrado, colorido, dirigido a Cassiano Branco por sua filha Maria Elisa Branco, representando o castelo de S. João do Arade, em Ferragudo, no Algarve.» 22.06.1965
© Arquivo Fotográfico Municipal De Lisboa

Zona do Sapal e Largo do Dique, na fotografia mais antiga de Portimão que se conhece





Zona do Sapal e Largo do Dique, na fotografia mais antiga de Portimão que se conhece
(foto da colecção de Manuel Mendonça) Retirada daqui:
https://portimaoruaarua.blogspot.com/search?q=arade

Raul Brandão - Os Pescadores



Atravesso Portimão de olhos postos no castelo de Arade, onde o velho poeta sonha com O Fausto, e talvez como ele em recomeçar a vida. A luz é cada vez mais viva. Um homem com dois cabazes apregoa na rua: é um tipo seco e tisnado de mouro, de camisola azul e perna nua. Passa uma carrinha guizalhando, e logo atrás outro burro com bilhas de água fresca. É extraordinário o que este pobre jerico inocente e peludo, de olhos límpidos, trabalha no Algarve. É ele que leva a fruta ao mercado e tira a água das noras. Lavra as terras calcinadas, transporta pelas estradas solheirentas, adornado com cordões vermelhos, quase uma família a dorso. Vai às Caídas buscar as grandes bilhas vermelhas que transpiram, mata a sede da gente e a sede da terra – e não sei se embala os berços... Produz muito e contenta-se com pouco.

In: Raul Brandão, Os Pescadores, ed. Vítor Pena Viçoso e Luis Manuel Gaspar, Lisboa, Relógio D'Água, 2014, p.181



Fotografia de Manuel Mendonça
Retirada daqui: http://portimaoruaarua.blogspot.com/

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

GASTÃO CRUZ - VAGAS







Imagens que passais pela retina
dos meus olhos por que vos fixais?
Acumuladas como sucessivas
vagas cativas sob o céu das praias

vós encheis ao morrer a minha vida
presente onde já nada vos chamava
porque a vida suprime-vos e cria
sucessivas imagens das imagens

Este céu que revela as ondas frias
sob a sua cratera separando-se
exaustas

como as folhas do livro da linguagem
no passado presente cresce oscila
e reconduz aos olhos as imagens

Gastão Cruz, 'Campânula', Lisboa, & etc. 1978.

imagem © Arquivos RTP
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/casimiro-de-brito-e-gastao-cruz/#sthash.dIubIJs0.dpbs

 

Do facebook de Luis Manuel  Gaspar - Aqui

quinta-feira, 2 de agosto de 2018




Jorge Calado, À Prova de Água. Waterproof, 2018



Jorge Calado, À Prova de Água. Waterproof, 2018


As provas estendem-se de 1843 a 1997 e dividem-se em 17 secções temáticas:
«Há ‘Os Estados da Água’, que inclui tudo – neve, gelo, glaciares, geada, granizo, chuva, orvalho, géisers, nuvens, vapor, nevoeiro. A outra secção chamei ‘Os Caminhos da Água’, com a nascente, o rio, a queda de água, o lago, o pântano, o mar, o oceano. Depois seguem-se ‘Oceanos e Ondas’ e a ‘Antárctida’, que é uma das partes mais bonitas, com peças históricas das expedições do Scott e do Shackleton (com quatro fotografias do álbum que Frank Harley ofereceu ao Shackleton, com inscrições manuscritas), e também obras contemporâneas. Há outra secção que se chama ‘Na Praia’, outra sobre ‘A Natação’, com a piscina, saltos, nadadores, fotografia submarina; outra ainda, ‘Lavagens’, os banhos, duches, baptismos – a lavagem no sentido espiritual; outras sobre vela e remo, a pesca e os peixes, e ‘As Cidades Aquáticas’, só com grandes panorâmicas do séc. XIX e XX. E ainda, ‘Água Urbana’ (fontes, lagos, bocas de incêndio, poços, engenharia hidráulica), ‘Águas Perigosas’ (inundações, monção, afogamentos, naufrágios, guerra naval, poluição), ‘Água Humana’ (urina, suor e lágrimas) e ‘Água Abstracta’ (gotas, bolhas, cristais, reflexão, refracção, difusão, metáforas).»


Ler artigo AQUI

Rio Douro



Caminho de ferro do Pocinho, um aspecto do rio Douro e a barca de passagem em direcção à Barca D'Alva, 1903

 para a Edite
 
 DAQUI





quarta-feira, 4 de julho de 2018

Sophia de Mello Breyner Andresen - Documentário: 'O Nome das Coisas'










Filipe da Palma - Forte de Cacela







A CONQUISTA DE CACELA

As praças fortes foram conquistadas
por seu poder e foram sitiadas
as cidades do mar pela riqueza
Porém Cacela
foi desejada só pela beleza

Sophia de Mello Breyner Andresen



O “Forte de Cacela”, também referido como “Fortaleza de Cacela-Velha” e “Fortaleza dos Cavaleiros de Santiago de Cacela”, localiza-se na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, distrito de Faro, em Portugal.
História

Diante da ruína do antigo castelo, no século XVI a defesa da povoação foi remodelada por ordens de João III de Portugal (1521-1557) ou mesmo de Sebastião de Portugal (1557-1578), erguendo-se a fortificação abaluartada. É sabido que este último inspecionou pessoalmente as obras em 1573.

Em 1565 os visitadores da Ordem de Santiago descrevem a fortaleza: "Visitámos ho castello ho quall he todo murado e a muralha reformada de novo ho quall he quadrado e tem em cada canto sua torre" (continua AQUI )

Inês Dias - RECONQUISTA


Para a minha mãe

Do meu bisavô, ferreiro e construtor
de pontes, conheci apenas as iniciais,
gravadas na pedra com que tomara
o último dos elementos. Mas a sul
do passado, o meu avô repetia-lhe
ainda os gestos, ensinando-me a travar
as marés com pequenos diques improvisados –
paus de gelado, seixos, pedacinhos de cordel.

Nunca mais o futuro voltou a ter pé
como nessa Praia do Amanhã tão literal,
tão só para mim. Aprendi a bordar
iniciais, às vezes na própria pele,
a construir diques cada vez mais frágeis
de palavras, pontes entre o meu corpo
e a margem dos outros.

De pouco vale: geração em geração,
ano a ano, vamos perdendo a luta
contra o avanço das águas.

- Inês Dias, In Situ,
Lisboa, Língua Morta, 2012

Praia do Vau, Portimão

terça-feira, 3 de julho de 2018

A Catastrophe de Moledo (inundações)

Tragédia na Boca do Inferno, Cascais

Inundações em Torres Vedras

Margarida Relvas - A Passagem do rio




A Ilustração Portugueza: semanário: revista literária e artística, 1º Ano, N.º 1, 1 de Julho de 1884
Gravura de Pastar a partir de fotografia de Margarida Relvas


Obrigada, Armando Monteiro por esta gravura com melhor resolução

Lancha Coração de Maria





Ilustração Portugueza, Ano 1, n.º 14, 8 de Fevereiro de 1904

Bairros da Cidade - Impressões de Alfama

sábado, 30 de junho de 2018

Chafariz do largo da Palma de Baixo



Fernando Martinez Pozal (1899-1971), Chafariz do largo da Palma de Baixo, c.1953
Fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico

Chafariz da Estrada das Garridas





 Paulo Guedes. (1886-1947), 'Chafariz da Estrada das Garridas'
Fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico

[publicada no catálogo 7 Olhares. Lisboa: Livros Horizonte, 1994. 109 p.]



Recorte da fotografia original de Paulo Guedes. (1886-1947), Chafariz da Estrada das Garridas
Fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa | fotográfico


Segundo José Valente:  «... este chafariz era do lado direito de quem subia direito à Buraca, a seguir às casas que existiam do lado esquerdo. Aquele muro, é o da quinta das Garridas, que se estendia até à mata. A nascente, que abastecia o chafariz, ainda existe activa. Deu origem ao pequeno lago, no que é hoje o jardim auto-sustentável (creio que é esse o nome que lhe dão) no meio do bairro de Santa Cruz, junto à rua do Parque. Eu nasci há 70 anos, numa dessas casas do lado esquerdo da rua, um pouco antes deste chafariz.»
 

Informação recolhida no facebook, no grupo Freguesia de Benfica, no post:
CLICAR AQUI

(contém outras informações)

Helena Nilo, 28 de Junho, 2018

sexta-feira, 29 de junho de 2018





Fotografia de Jorge Gaspar, Marina de Tróia, Junho de 2018


Fotografia de Jorge Gaspar, Marina de Tróia, Junho de 2018


Obrigada, Jorge



quinta-feira, 28 de junho de 2018

sexta-feira, 15 de junho de 2018

António Botto - Os Barcos Do Rio Tejo






«Os Barcos do Rio Tejo», versos inéditos de António Botto, 'Revista Municipal', n.º 20-21, 1.º e 2.º trimestre de 1944.
imagem © Hemeroteca Municipal


Via Luis Manuel Gaspar, DAQUI: