terça-feira, 30 de março de 2010

Alecrim

Alecrim alecrim aos molhos
por causa de ti
choram os meus olhos
ai meu amor
quem te disse a ti
que a flor do monte
era o alecrim

Alecrim alecrim doirado
que nasce no monte
sem ser semeado
ai meu amor
quem te disse a ti
que a flor do monte
era o alecrim

Domingo de Ramos - Benção dos Ramos ou dos palmitos




fotografia de Jorge Barros


Atados com fitas de cores e compostos por folhas de palmeira, alecrim, oliveira, loureiro, rosmaninho e mimosa, os ramos, benzidos antes da missa (ou de véspera, na missa da tarde), guardam-se depois em casa durante todo o ano.
Nas vilas e aldeias são pendurados na cozinha ou à cabeceira da cama, para «proteger a casa dos maus ares».

(...)

Em Estremoz, após o ramo de alecrim ter sido benzido, era tradição as raparigas retirarem-lhe um raminho, que colocavam nas lapelas dos casacos dos namorados, dizendo: «Verde é / Verde cheira / Ficas preso para sexta-feira» - significando que o namorado teria de oferecer-lhe amêndoas.
O rapaz fazia o mesmo com o seu próprio ramo, e dizia: «Verde é / Verde há-de cheirar / Ficas presa para me dar o folar» - o que acontecia no domingo de Páscoa.


Barros, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores. 

domingo, 21 de março de 2010

João Villaret - Procissão

 

Primavera


Equinócio da Primavera,  20 de Março de 2010, 17:20

"Romeiros das Brumas" - Ilha de São Miguel

(fotografia de Jorge Barros, adaptada)

O culto penitente dos romeiros da Ilha de São Miguel tem a sua origem em 1552, quando um grande tremor abalou Vila Franca do Campo. Nessa altura, um dos habitantes, na sua aflição, terá chamado pela Virgem do Rosário. Todos ficaram sob os escombros, menos aquele.
Em memória desse acontecimento, prometeram depois os açorianos, para louvar a Senhora, organizar anualmente as ramagens, compostas apenas por grupos de homens, a originar uma onda de penitência, oração e verdadeira solidariedade humana.
A volta à ilha, que decorre durante as sete semanas da Quaresma (a começar no primeiro sábado, ou em casos mais raros domingos), inicia-se de madrugada (quatro horas da manhã) e termina no sábado seguinte, à noite, ou no domingo de manhã, perfazendo cada grupo a peregrinação de uma semana - penitência religiosa que se verifica somente em São Miguel.
(1º Sábado de Quaresma, 20.02.2010)

Barro, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores.

Trigo e gratidão só crescem em boa terra e boa alma.
M.L. 15.03.1937 - 13.02.2010

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

dedicada às moçoilas do Tinto



(fotografia de Jorge Barros)

Pai-nosso do vinho

Santa uva que estais na parreira, 
purificada sejais sem enxofre e sem sulfato.
Venha a nós o vosso líquido
para ser bebido à nossa vontade
tanto na taverna como na nossa casa, 
mas livrai-nos de quebrar a cabeça. 
Ámen!

Festa de Santa Bebiana, em Caria, 2 de Dezembro (considerada pelo povo como a padroeira das mulheres bêbedas)



sábado, 28 de novembro de 2009

Rama

Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama da oliveira!
O meu par é o mais lindo
Que anda aqui na roda inteira!


Que anda aqui na roda inteira,
Aqui e em qualquer lugar,
Ó rama, que linda rama,
Ó rama do olival!


Eu gosto muito de ouvir
Cantar a quem aprendeu.
Se houvera quem me ensinara,
Quem aprendia era eu!
 

Não m’invejo de quem tem
Parelhas, éguas e montes;
Só m’invejo de quem bebe
A água em todas as fontes.
 

Fui à fonte beber água,
Encontrei um ramo verde;
Quem o perdeu tinha amores, 

Quem o achou tinha sede.
 

Debaixo da oliveira
Não se pode namorar;
A folha é miudinha,
Deixa passar o luar.


Letra e música: popular; Alentejo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009


No dia de São Martinho, mata o teu porco ...

fotografia de Jorge Barros


... e prova o teu vinho.

fotografia de Jorge Barros




O primeiro

Bebe-se inteiro,
O segundo até ao fundo,
O terceiro é como o primeiro
E o quarto é como o segundo;
O quinto bebe-se todo,
O sexto do mesmo modo,
O sétimo bebe-se cheio;
E o oitavo duas vezes e meio;
E para isto acabar
Vem o nono para atestar.

A castanha tem uma manha, vai com quem a apanha.




Magusto em Marmelete, Monchique
(fotografias de Jorge Barros)

domingo, 15 de novembro de 2009


Há tempo para velar e tempo para descansar...


Culto dos Mortos
(fotografia de Jorge Barros)






Toda a palavra é perdida se de alma não foi ouvida.



Festa das Almas, em Rio de Onor e Babe, Bragança
(fotografia de Jorge Barros)

sábado, 14 de novembro de 2009





[fotografia de autor não identificado]

Nabia/Navia - "dedica a endovellico!"